Segundo a imprensa norte-americana, a ideia da Rússia não seria lançar uma arma na Terra, mas possivelmente utilizá-la em satélites
Um foguete com a Soyuz é transportado para sua posição de lançamento no cosmódromo de Baikonur — Foto: AFP/SERGEY CHIRIKOV
O deputado americano Mike Turner, chefe da Comissão de Inteligência da Câmara, divulgou nesta quarta-feira uma declaração na qual menciona uma “séria ameaça à segurança nacional”. Rapidamente o anúncio causou burburinho nas redes sociais por se tratar de uma “capacidade militar estrangeira desestabilizadora”. Segundo fontes da imprensa norte-americana, a potencial ameaça seria uma arma nuclear russa no espaço.
De acordo com a ABC News, duas fontes familiarizadas com as deliberações no Capitólio disseram que a inteligência tem a ver com o projeto nuclear espacial da Rússia. Mas, a ideia não seria disparar um míssil nuclear da órbita para a Terra, mas sim atingir satélites que estão na órbita baixa do planeta.
Mesmo não se tratando de uma ameaça direta aos cidadãos norte-americanos, os congressistas insistiram que o assunto ainda “é muito preocupante e muito sensível”. — Vamos trabalhar juntos para resolver este assunto, como fazemos com todos os assuntos sensíveis que são confidenciais — disse o presidente da Câmara, Mike Johnson, a repórteres no Capitólio na tarde de quarta-feira.
A mensagem pública que deu início ao debate sobre armas nucleares no espaço surpreendeu o governo americano. O parlamentar republicano, de Ohio, foi direto ao pedir que o presidente americano, Joe Biden, torne públicas informações relativas ao assunto.
“Peço ao Presidente Biden que torne públicas todas as informações relacionadas com esta ameaça para que o Congresso, a Administração e os nossos aliados possam discutir abertamente as ações necessárias para responder”, diz a mensagem.
Já nesta quarta à noite, autoridades norte-americanas disseram ao New York Times que a arma nuclear espacial russa ainda não teria sido lançada, e ainda estava em desenvolvimento. Funcionários da Casa Branca disseram na quarta-feira que avaliaram a ameaça como “séria”, mas acreditavam que havia maneiras de “contê-la” sem provocar pânico em massa.
O conselheiro de segurança nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, afirmou em coletiva de imprensa que já havia agendado uma reunião confidencial com a liderança do Congresso antes do pedido público de Turner. Sullivan foi pressionado sobre o pedido de inteligência, mas não confirmou se a reunião de hoje será para discutir a ameaça relatada.
Ele também se recusou a fornecer mais detalhes sobre o assunto, além de dizer que “os americanos entendem que há uma série de ameaças e desafios no mundo com os quais lidamos todos os dias”, como o terrorismo.
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