O IF Goiano informou que o caso foi encaminhado à Comissão de Ética, que já deu início as investigações

A Comissão de Ética do Instituto Federal Goiano (IF Goiano) investiga as acusações contra o biólogo Guilherme Malafaia Pinto, suspeito de falsificar 34 revisões científicas em publicações internacionais. O IF Goiano se manifestou oficialmente, informando que a apuração já está em andamento e tem prazo de até 180 dias para conclusão. Segundo a denúncia, Malafaia teria criado e-mails falsos com nomes de outros cientistas para atuar como revisor de seus próprios artigos e garantir a aprovação na revista Science of The Total Environment (Stoten).
Em resposta, o IF Goiano emitiu uma nota enviada ao Mais Goiás, informando que abriu uma apuração interna após a denúncia ser recebida em novembro de 2024. A instituição afirmou que tomou as medidas necessárias de forma imediata.
Investigação em andamento
Segundo informou, o caso foi encaminhado à Comissão de Ética do IF Goiano, que iniciou os trabalhos investigativos. O processo está na fase de Investigação Preliminar Sumária (IPS), que possui um prazo de até 180 dias. O objetivo é verificar a existência de indícios de autoria e materialidade que possam confirmar ou refutar as acusações de fraude nas revisões acadêmicas do professor.
Até o momento, a instituição não recebeu novas denúncias, internas ou externas, sobre o caso. A apuração segue os trâmites legais, com análise de documentos e evidências. Os procedimentos legais e éticos serão definidos após a conclusão das investigações internas da comissão.
Da denúncia à investigação
O procedimento em questão é a revisão por pares, fundamental para a validação científica. A acusação aponta que o professor Guilherme Malafaia Pinto teria criado e-mails falsos com nomes de outros cientistas para atuar como revisor de seus próprios artigos e garantir aprovação na revista Science of The Total Environment (Stoten). Ele nega envolvimento em fraudes.
Segundo a plataforma Retraction Watch, que monitora artigos científicos cancelados, Malafaia teve 34 estudos retratados, todos publicados na Stoten. A publicação afirma que as supostas fraudes ocorreram sem estratégias complexas, já que a própria revista pediu sugestões de revisores. Em quase todos os casos, Malafaia era o “autor correspondente”, responsável pelo contato com os editores.
Malafaia se defendeu das acusações, destacando os ataques que seus familiares e coautores têm sofrido desde que as retratações foram publicadas. Ele afirmou que pode demonstrar que sua conta de e-mail foi invadida e sugeriu que a intenção por trás da fraude seria prejudicar a confiança no processo de revisão por pares.
Leia nota completa enviada pelo Instituto Federal Goiano:
“O IF Goiano é referência em pesquisa e inovação e reafirma seu compromisso com a realização de estudos pautados na ética e no respeito a todos os protocolos científicos necessários. Em novembro de 2024, notícias que apontam para supostas fraudes atribuídas a um pesquisador vinculado à Instituição chegaram ao IF Goiano, que tomou medidas de maneira imediata.
O caso foi encaminhado à Comissão de Ética do Instituto e os trabalhos investigativos estão em andamento. O Processo está na fase de Investigação Preliminar Sumária (IPS), que é um procedimento inquisitório e preparatório, com prazo de duração de até 180 dias. Seu objetivo é apurar a existência ou não de indícios de autoria e materialidade referentes ao caso. Até o momento, a Instituição não recebeu novas denúncias, sejam internas ou externas, relacionadas a este caso.
Visando a garantia de um processo transparente e responsável, a Instituição assegura que os trâmites seguem critérios rigorosos e imparciais, com a análise detalhada de documentos e evidências. A partir das conclusões da investigação, serão determinados os procedimentos legais e éticos cabíveis.
O IF Goiano reforça que todas as pesquisas conduzidas pela Instituição seguem padrões rigorosos de integridade e ética, refletindo o compromisso com a ciência e a comunidade. Continuamos firmes na missão de servir à sociedade com excelência, promovendo educação, pesquisa e inovação em benefício do desenvolvimento social e científico do país.”
O Mais Goiás ainda tenta contato com o biólogo e professor Guilherme Malafaia, mas sem sucesso. O espaço segue aberto para manifestações.
Por Mais Goiás