Como é a vida de Efraim, o boi que trocou o pasto por uma casa em Goiânia – Blog Folha do Comercio
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Como é a vida de Efraim, o boi que trocou o pasto por uma casa em Goiânia

de admin

Efraim tornou-se quase que uma curiosa atração entre os vizinhos da região

O boi, agora saudável e robusto, se prepara para sair de sua casa em Goiânia e retornar a fazenda onde nasceu, em São Miguel do Passa Quatro (Foto: Domingos Ketelbey)

A garagem virou o lar de Efraim, o boi da raça nelore que trocou o pasto pelas comodidades urbanas, numa casa bem no meio de Goiânia. Se, por um lado, ele é a alegria do local, por outro, seus 600 kg de robusto charme vêm acompanhados de pequenas travessuras. “Ele já quebrou canos, retrovisores de carros e adora arrancar a mangueira da máquina de lavar roupa”, conta a tutora, uma produtora rural que prefere permanecer em anonimato.

Mais Goiás contou a história do boi Efraim, que se não tivesse trocado o pasto por uma casa, provavelmente não estaria vivo hoje. Agora, grande e saudável, a produtora rural que providenciou todos os cuidados para o boi, planeja o retorno do animal a seu habitat natural: a fazenda onde nasceu em São Miguel do Passa Quatro, no interior goiano.

Efraim, o boi carinhoso que mora em casa no meio de Goiânia

Efraim é descrito como dócil e carinhoso. “Ele deixa a gente deitar em cima dele, gosta de carinho e até parece que vai para outro mundo quando está sendo mimado”, revela. A cena do boi relaxando enquanto recebe afagos em meio uma casa de Goiânia é no mínimo curiosa.

Luis Cardoso trabalha num comércio em frente à casa da produtora rural. De Brasília, ele mora em Goiânia há aproximadamente um ano. “Eu já tinha visto muita coisa na vida, mas boi de pet é a primeira vez”, brinca. Mas ele destaca que não há grandes problemas em um animal de grande porte ser criado em meio a um bairro residencial. Ao contrário.

“Ele virou atração turística aqui. Direto vem gente tirar fotos. A dona dele também mantém a casa bem asseada, sem sujeira. Acho que isso faz a diferença para que os outros vizinhos não reclamem. Claro, não deixa de ser engraçado e curioso”, comenta.

Criar um gado na cidade não é tarefa fácil. O leite deu lugar à ração e ao silo, mas os custos são altos. “Gastamos muito com leite, depois com ração. Mas valeu a pena, porque ele está vivo e feliz”, diz a cuidadora, emocionada ao lembrar que, sem seu gesto, Efraim provavelmente não teria sobrevivido. Ao ser questionada se não pretende abater Efraim algum dia, a produtora repreende o repórter. “Jamais! Ele é mais que um gado, ele é parte da família. É bagunceiro, mas é nosso bagunceiro”, brinca.

Amor de gado: como o boi foi parar em Goiânia

A história de Efraim começou como um drama no interior goiano em uma fazenda de São Miguel do Passa Quatro. Quando nasceu, sua mãe, uma vaca nelore, rejeitou o filhote, após o mesmo se perder em uma fazenda vizinha. Alguns dias de afastamento foram suficientes para a rejeição. “Ela simplesmente não aceitava ele e deixava ele sozinho. Ele estava machucado, preso no arame farpado, com ferimentos que deram bicheira”, relata a cuidadora ao Mais Goiás, uma produtora rural que prefere se manter no anonimato.

Diante da situação, a produtora e sua filha não viram outra solução senão trazer o bezerro a Goiânia para a própria casa, onde começou sua jornada de superação. A adaptação foi difícil: o boi Efraim precisava ser alimentado com leite de vaca na mamadeira, mas recusava o alimento. “No começo era na marra mesmo. A gente segurava ele e dava o leite. Se não fosse assim, ele não sobreviveria”, conta. Ambas faziam uma verdadeira força-tarefa para manter a alimentação do pequeno Efraim em dia.

Os desafios de saúde foram muitos. Efraim enfrentou infecções, diarreia severa que resultou em um prolapso retal e até crises de gases que o deixaram inquieto e em sofrimento. Mas de forma atenta, as cuidadoras o deram suporte com remédios e probióticos, o bezerro venceu todas as adversidades. “Hoje ele é um boi muito forte e saudável, mas muito mansinho”, diz a cuidadora, com orgulho. Saudável, ele deverá retornar nos próximos dias para seu lar. “Agora, ele já está em condições de se virar sozinho na fazenda”, relata.

Por Mais Goiás

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