Morreu, em dezembro do ano passado, Arlete Honorina Vitor Hilú, líder de um esquema de sequestro e tráfico de bebês que atuou durante anos em Curitiba (PR). Apesar de ter ocorrido há quatro meses, a morte dela só foi confirmada ao UOL nesta semana.
Arlete ficou conhecida na década de 1980, quando o esquema de venda de bebês brasileiros para habitantes de outros países foi descoberto. Ela morreu aos 78 anos, vivia em uma casa de repouso em Porto Feliz (SP) desde 2016, e tinha Alzheimer.
De acordo com o UOL, Hilú morreu em decorrência de um “choque séptico de múltiplos focos”, o que teria provocado uma infecção urinária e pneumonia.
As crianças vendidas pela traficante eram levadas, na maioria das vezes, para Israel, Canadá e países europeus. Algumas delas chegavam a ser negociadas por até US$ 10 mil. Curitiba era uma das cidades onde ela mais atuava. Ela foi demitida em 1981 da Penitenciária Estadual do Paraná.
Arltete foi condenada por tráfico de crianças, falsidade ideológica, formação de quadrilha e por retirar os menores ilegalmente do Brasil. Presa duas vezes entre 1988 e 1992, confessou os crimes. Durante entrevista ao programa Repórter Record Investigação, ela chegou a dizer que não se arrependia.
À época, a polícia suspeitava que ela fosse responsável pelo tráfico de ao menos 12 mil crianças. Muitas grávidas eram convencidas a entregar seus filhos ainda no hospital.
Um dos primeiros episódios envolvendo Arlete foi batizado de “Caso Fabinho”, que faz referência ao sequestro de um menino, em 1983, de dentro de uma maternidade de Curitiba. Estima-se que ela tenha participado do tráfico de 3 mil crianças somente para Israel.
*Com informações do UOL
