PODER EM JOGO
Ex-presidente afirmou ser o maior líder da direita do mundo e contesta acusações sobre o 8 de janeiro
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) concedeu entrevista direto do leito de UTI do hospital onde está internado em Brasília (Foto: Reprodução – SBT)
Internado há dez dias num Hospital de Brasília, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) concedeu entrevista, direto da Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) ao SBT, nesta segunda-feira (21), na qual afirmou que eleições presidenciais sem sua presença em 2026 representam uma “negação à democracia”. A declaração foi dada após nova cirurgia abdominal, decorrente da facada sofrida em 2018.
“Eu terei muitos problemas pela frente, mas peço a Deus para me dar mais uns dez anos”, afirmou Bolsonaro, reconhecendo limitações de saúde. Mesmo sob cuidados intensivos, o ex-mandatário reiterou sua liderança no campo conservador. “Quer queira ou não, eu sou o maior líder da direita na América do Sul. Se pensar pelo tamanho do Brasil e pela população, também mundial”, disse, mencionando também Donald Trump como referência global do campo político.
Durante a entrevista, Bolsonaro reforçou críticas ao que chama de “lawfare” e “ativismo judicial”, em referência aos processos que levaram à sua inelegibilidade. “Estou inelegível porque me reuni com embaixadores e subi em um carro de som ao lado do pastor Silas Malafaia. Fui acusado de abuso de poder econômico. Um absurdo dos absurdos”, declarou. “Eleições em 2026 sem a presença de Jair Bolsonaro é uma negação à democracia”.
Ao comentar os atos de 8 de janeiro de 2023, Bolsonaro voltou a negar envolvimento e alegou perseguição política. “Como eu poderia deteriorar patrimônio tombado se estava nos Estados Unidos naquele dia? Golpe de Estado sem liderança, sem armas, num domingo, sem o presidente para ser destituído? É uma brincadeira”, afirmou. Ele classificou os processos judiciais em curso como “completamente políticos”.
Sobre o projeto de anistia em discussão no Congresso, Bolsonaro afirmou que inicialmente acreditava que a proposta não o atingiria. “O que me interessa é colocar na rua os pobres coitados que estão presos covardemente”, declarou. O ex-presidente ainda destacou que espera reverter a condição de inelegível e se vê como nome certo na disputa eleitoral de 2026. “Estou enfrentando um julgamento político, e não técnico. O esclarecimento junto à opinião pública se faz importante neste momento.”
