A morte pode ter sido causada pelos longos períodos sem alimentação e hidratação adequados
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Uma idosa de 73 anos, vítima de tortura, maus-tratos, abandono e exploração financeira, morreu dois dias após ser resgatada de sua residência no Setor Finsocial, em Goiânia. O principal suspeito do crime é o próprio filho da vítima, um homem de 42 anos, que foi preso em flagrante, mas liberado após audiência de custódia.
A operação de resgate foi realizada no dia 28 de janeiro de 2025, após denúncias anônimas. A idosa foi encontrada em condições deploráveis: sem acesso a água potável, alimentos, higiene pessoal e cercada por sujeira. Ela foi levada para a UTI, onde recebeu cuidados médicos, mas morreu após receber alta e retornar ao mesmo ambiente familiar, onde convivia com o filho acusado.
De acordo com o delegado Alexandre Bruno de Barros, responsável pelo caso, a assistente social que acompanhou o processo relatou que médicos indicaram que a morte da idosa pode ter sido causada pelos longos períodos sem alimentação e hidratação adequados. Para confirmar a causa da morte, foi solicitado um exame necroscópico.
O inquérito policial, que deve ser concluído até o final do mês, apura a possibilidade de o filho da vítima responder por homicídio preterdoloso (quando a morte é consequência de outro crime intencional). Durante a operação, o delegado havia solicitado a prisão preventiva do suspeito, apresentando fotos e provas dos maus-tratos, mas a juíza plantonista da Vara de Custódias optou por liberá-lo.
A Delegacia Especializada no Atendimento ao Idoso segue investigando o caso, que chocou a comunidade local e reacendeu o debate sobre a proteção de idosos em situação de vulnerabilidade. A defesa do investigado ainda não se manifestou publicamente.
Por Mais Goiás