Quantidades elevadas do produto químico foram encontradas em alguns refrigerantes vendidos na Bélgica, em Luxemburgo e na Holanda; empresa descarta problemas de produtos no Brasil
A engarrafadora da Coca-Cola na Europa disse na segunda-feira, 27, que recolheu algumas bebidas vendidas na Bélgica, em Luxemburgo e na Holanda após descobrir altos níveis de um produto químico chamado clorato durante testes de rotina em uma unidade de engarrafamento. Procurada, a Coca-Cola no Brasil informou que nenhum produto produzido ou vendido no País foi afetado.
Os produtos que fazem parte do recall incluem os das marcas Coca-Cola, Sprite, Fanta, Fuze Tea, Minute Maid, Nalu, Royal Bliss e Tropico, em latas e em garrafas de vidro, de acordo com uma declaração da Coca-Cola Europacific Partners.
A exposição ao clorato, um subproduto do uso de dióxido de cloro como desinfetante e para controlar o odor e o sabor da água, pode causar problemas renais e afetar a função da tireoide, de acordo com a Administração Veterinária e Alimentar de Luxemburgo. A agência acrescentou em um comunicado anunciando o recall que “um risco, especialmente para crianças, não pode ser descartado”, dado o teor de cloro detectado.
Na Bélgica, um comunicado indica que os produtos na prateleira de mercado não são os dos lotes recolhidos. Foto: Virginia Mayo/AP
A Autoridade Holandesa de Segurança de Alimentos e Produtos de Consumo emitiu um aviso na segunda-feira pedindo aos consumidores que não bebam os produtos. A Agência Federal para a Segurança da Cadeia Alimentar da Bélgica também anunciou um recall.
Nenhum outro recall foi iniciado fora desses três países, disse um porta-voz da Coca-Cola Europacific Partners em uma declaração por e-mail na terça-feira, 28. Ele acrescentou que a empresa estava em contato com reguladores na Alemanha, na França e no Reino Unido, para onde uma “quantidade limitada” de produtos também havia sido enviada. Os altos níveis foram detectados em uma unidade de engarrafamento em Ghent, na Bélgica, disse ele.
O recall afetou produtos com códigos de produção variando de “328 GE” a “338 GE”, disse a empresa. Esses códigos podem ser encontrados em garrafas e latas.
O porta-voz da empresa disse que uma análise de especialistas independentes concluiu que a probabilidade de qualquer risco associado para os consumidores era “muito baixa”. A empresa também publicou uma lista de produtos recolhidos.
O representante da empresa não especificou imediatamente quantos produtos foram afetados pelo recall. A engarrafadora disse em seu site que sua instalação em Ghent, na Bélgica, processa 66 mil garrafas de vidro e 120 mil latas por hora, operando 24 horas por dia.
O recall nos três países motivou revisões de produtos da Coca-Cola em outros lugares da Europa. Anne Gravett, uma autoridade da Agência de Padrões Alimentares do Reino Unido, disse em uma declaração que estava investigando se havia algum produto da Coca-Cola com altos níveis de clorato naquele mercado.
Brasil de fora
Procurada para comentar o assunto, a Coca-Cola Brasil informou que nenhum produto produzido ou vendido no Brasil foi afetado por este recall. Confira a íntegra da nota abaixo.
“Para a Coca-Cola, a qualidade e a segurança de seus produtos são as maiores prioridades. Ontem, em consulta com as autoridades na Bélgica, Luxemburgo e Países Baixos, a Coca-Cola Europacific Partners (CCEP) anunciou um recall de produtos que contêm níveis mais altos de clorato do que o permitido. Análises independentes concluíram que a probabilidade de qualquer risco para os consumidores é muito baixa. A CCEP, engarrafadora local, também está em contato com as autoridades dos mercados europeus onde uma quantidade limitada de estoque foi enviada.
Dada a preocupação que isso pode gerar entre nossos consumidores, confirmamos que nenhum produto produzido ou vendido no Brasil está afetado por este recall.”
c.2025 The New York Times Company
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Por Estadão
