Lula discute com CEOs de bancos uso de recursos do FGTS como garantia de crédito consignado privado – Blog Folha do Comercio
Home Economia Lula discute com CEOs de bancos uso de recursos do FGTS como garantia de crédito consignado privado

Lula discute com CEOs de bancos uso de recursos do FGTS como garantia de crédito consignado privado

de admin

Presidente vai se reunir com executivos de Bradesco, Itaú e Santander na tarde desta quarta-feira, 29; encontro foi pedido pelo governo

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva apresentará, nesta quarta-feira, 29, uma proposta de utilizar recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) como garantia em empréstimos consignados no setor privado, apurou o Estadão/Broadcast. A sugestão será levada pelo chefe do Executivo e ministros a representantes das principais instituições financeiras do País.

A agenda está marcada para às 15h no Palácio do Planalto. Além de Lula, participarão os ministros Rui Costa (Casa Civil), Fernando Haddad (Fazenda) e Luiz Marinho (Trabalho); o secretário-executivo do Ministério do Trabalho, Chico Macena; a presidente do Banco do Brasil, Tarciana Medeiros; o presidente da Caixa, Carlos Vieira; o presidente do Conselho Diretor da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Luiz Carlos Trabuco; o presidente-executivo da Febraban, Isaac Sidney; o CEO do Bradesco, Marcelo Noronha; o CEO do Itaú, Milton Maluhy Filho; e o CEO do Santander Brasil, Mario Leão.

Presidente Lula se encontra com banqueiros às 15 horas no Palácio do Planalto
Presidente Lula se encontra com banqueiros às 15 horas no Palácio do Planalto Foto: Wilton Junior/ESTADAO

Fontes a par do tema afirmam que, além da apresentação da proposta, o governo quer discutir os principais pontos com os bancos e a Febraban. O governo pretende criar um processo centralizado para os bancos terem acesso aos dados das folhas de pagamento do setor privado, o que deve ampliar o uso dos salários como garantia.

Hoje, as instituições precisam fazer convênios com cada empresa para ter acesso aos dados e conceder empréstimos. Isso torna o processo mais trabalhoso, caro e explica a menor utilização do consignado por trabalhadores do setor privado comparado aos do setor público e aos aposentados e pensionistas do INSS. Nos dois casos, a base de dados também é centralizada.

No caso do consignado privado, a base utilizada seria a do eSocial, gerida pelo Ministério do Trabalho e alimentada mensalmente pelas empresas. Embora vejam com bons olhos as mudanças no consignado privado, as instituições discordavam da visão da pasta de que o novo formato poderia substituir a antecipação do saque aniversário do FGTS.

Sob o argumento de que o saque prejudica o FGTS ao reduzir recursos disponíveis para habitação e saneamento, o Trabalho defende que a modalidade seja extinta em paralelo à criação do novo consignado privado. Os bancos afirmam, por outro lado, que os públicos dos dois produtos têm baixa sobreposição, porque muitos dos clientes da antecipação do saque estão negativados e não têm emprego.

Como mostrou o Estadão/Broadcast, o Ministério do Trabalho já vinha querendo tornar o consignado mais atrativo e amplo. Hoje, o trabalhador titular do fundo pode oferecer como garantia até 10% do saldo de sua conta vinculada ao FGTS. A proposta era aumentar esse limite, embora o porcentual ainda não seja revelado. Já a fatia que os empregados poderiam comprometer de seu salário se manteria em 35%, como no modelo atual.

Por Estadão


Você pode interessar!