De acordo com a imprensa turca, a ausência de alarme de incêndio no hotel Grand Kartal, entre outras negligencias, explicam o grande número de vítimas
A Turquia começou a enterrar nesta quarta-feira, 22, os 79 mortos na véspera no incêndio de um hotel de luxo na estação de esqui de Kartalkaya, em meio a acusações de negligência.
O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, compareceu em Bolu, a capital provincial, ao funeral de oito membros da família de um ex-deputado do AKP, seu partido.
Sobreviventes relataram na terça-feira a ausência de alarme de incêndio e portas corta-fogo no hotel. Onze pessoas, incluindo o vice-prefeito de Bolu, o chefe dos bombeiros da cidade, o dono do estabelecimento, o gerente e um eletricista, foram detidas no âmbito da investigação iniciada pelo Ministério da Justiça conduzida por seis promotores.
Após análises de DNA, o Ministério Público de Bolu anunciou que 79 pessoas morreram no incêndio, revisando para cima o balanço anterior de 76 mortos. Cerca de 20 pessoas permanecem internadas em Bolu, a 35 km da estação de Kartalkaya, no centro do país.
De acordo com a imprensa turca, a ausência de alarme de incêndio no hotel Grand Kartal, entre outras negligencias, explicam o grande número de vítimas.
A busca por possíveis vítimas prosseguiu nesta quarta-feira no grande prédio de 12 andares, cuja fachada foi enegrecida pelo fogo.
Famílias inteiras estavam hospedadas neste estabelecimento de luxo, a duas horas de Ancara, coincidindo com as férias escolares na Turquia.
A direção do hotel ofereceu suas condolências e expressou “seu pesar” em um comunicado, assegurando que “cooperará com as autoridades para esclarecer este acidente”. O hotel de luxo estava praticamente cheio, com 238 clientes registrados.
De acordo com o Ministério do Turismo, o hotel foi “revisado” pelos bombeiros em 2021 e 2024, mas vários veículos da imprensa turca afirmam que a última inspeção aconteceu em 2007./AFP.
Por Estadão