Outras duas embarcações semelhantes na mesma região, carregando drogas, foram confiscadas em uma megaoperação, revelando uma nova rota de narcotráfico no Pacífico
Uma operação internacional contra o narcotráfico entre mais de 60 países resultou na apreensão de 225 toneladas de cocaína em um intervalo de pouco mais de um mês, revelou a Marinha da Colômbia na quarta-feira, 27. Em uma dessas operações, uma embarcação semelhante a um submarino carregando 5 toneladas de cocaína a caminho da Austrália foi apreendido, revelando uma nova rota de narcotráfico pelo Pacífico.
A megaoperação de 45 dias teve participação do Brasil, da Espanha, dos Estados Unidos e outros países. Entre outubro e novembro, a operação apreendeu 1,4 quilotonelada de entorpecentes, incluindo 225 toneladas de cocaína e 128 toneladas de maconha, informou o vice-almirante da Marinha colombiana, Orlando Enrique Grisales. Mais de 400 pessoas foram presas.
Sem citar datas, Grisales revelou o flagrante de uma embarcação “semissubmersível” na Ilha Clipperton, no Pacífico, viajando da Colômbia para a Austrália transportando cocaína.
A apreensão levou a Marinha do país sul-americano a concluir que existe uma “nova linha” do narcotráfico procedente da Colômbia, uma vez que, antes dessa operação, militares colombianos haviam identificado outras duas embarcações semelhantes com destino à Austrália, acrescentou Grisales.
Segundo o vice-almirante da Marinha colombiana, os semissubmersíveis são construídos com “madeira revestida de fibra de vidro”, atingem até três metros de profundidade e transportam, no geral, quatro tripulantes, podendo custar até US$ 1 milhão (R$ 5,9 milhões).
Os semi-submersíveis têm “combustível suficiente para ir da Colômbia à Austrália” sem necessidade de reabastecimento no oceano.
De acordo com Grisales, um quilo de cocaína é vendido na Austrália por até US$ 240 mil (R$ 1,3 milhão na cotação atual). Nos EUA, o seu preço oscila entre US$ 33 mil e US$ 40 mil (R$ 180 mil e R$ 219 mil).
Os países que participaram da operação Orion também identificaram alianças entre grupos criminosos de Brasil, México, Colômbia, Equador e Peru com máfias da Europa e Oceania, uma mudança organizacional no mercado global da cocaína.
A Colômbia é o maior exportador de cocaína do mundo. Em 2023, a produção de cocaína aumentou 53%, chegando a 2,6 quilotoneladas por ano, de acordo com a ONU./AFP.
Por Estadão