Sarah Boone, de 47 anos, afirmou que achava que ele conseguiria sair sozinho, mas vídeos gravados por ela a mostram provocando a vítima enquanto ele pedia para sair da mala e dizia que não conseguia respirar
Uma mulher da Flórida, nos Estados Unidos, que prendeu o namorado em uma mala e o deixou para morrer dentro do item foi considerada culpada de assassinato em segundo grau por um júri na última sexta-feira, 25. A mulher, Sarah Boone, 47, disse aos promotores que estava bebendo vinho com o namorado, Jorge Torres Jr., 42, em sua casa em Winter Park em fevereiro de 2020, quando ele voluntariamente se colocou dentro da mala azul com rodinhas durante uma brincadeira de esconde-esconde. Mais tarde, ele sufocou e morreu na mala, de acordo com os promotores.
Depois que ela fechou o zíper, Sarah gravou dois vídeos de Torres na mala enquanto ele repetidamente dizia que não conseguia respirar e pedia para sair, de acordo com um depoimento de prisão. Durante seu julgamento, Sarah disse que não tinha intenção de matar Torres, mas que foi abusada por seu namorado no passado e estava se defendendo.
Os promotores disseram que suas alegações foram contrariadas pelas evidências em vídeo que a mostravam provocando a vítima enquanto ele pedia para sair da mala. De acordo com os documentos do tribunal, ela respondeu aos seus apelos com: “isso é com você” e depois: “sim, é isso que você faz quando me sufoca”.
Sarah disse que achava que ele conseguiria sair da mala, então ela o deixou lá, subiu as escadas e adormeceu, de acordo com os documentos do tribunal. Quando ela acordou na manhã seguinte, Sarah encontrou seu namorado inconsciente na mala e chamou a polícia. Uma autópsia descobriu que seu corpo tinha outros ferimentos nas costas, cabeça e rosto. Sarah negou que os dois tiveram uma altercação física, de acordo com documentos judiciais.
James Owens, advogado de Sarah, descreveu-a como chocada, informou a estação de notícias de televisão WESH após o veredito na sexta-feira. “Ela sentiu que tinha uma defesa”, disse ele. Owens não respondeu imediatamente a um pedido de comentário no domingo. A audiência de pré-entrevista de Sarah, quando deverá ser proclamada sua sentença, será realizada em dezembro. Ela enfrenta a possibilidade de prisão perpétua.
Por Estadão