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Fotos da Nasa mostram São Paulo antes e depois do apagão; veja imagens

de admin

Cerca de 2,1 milhões de imóveis chegaram a ficar no escuro por causa do blecaute – 220 mil continuam sem energia elétrica nesta terça-feira

Imagens captadas pela Nasa, a agência espacial dos Estados Unidos, mostram o contraste da luminosidade da cidade de São Paulo antes e depois do apagão causado pelo forte temporal da sexta-feira, 11. A falta de energia, que persiste em algumas regiões, tem prejudicado moradores, o comércio e o abastecimento de água em algumas regiões nos últimos dias.

Ao todo, 2,1 milhões de pessoas foram afetadas, segundo a Enel, concessionária responsável pelo serviço. Conforme último balanço da Enel divulgado nesta terça-feira, 15, 220 mil imóveis ainda continuam sem energia elétrica.

Imagem da Nasa mostra São Paulo iluminada antes do apagão da última sexta-feira. Foto: Foto: Reprodução/ Nasa via @lapismet (Instagram)

As fotos foram publicadas pelo Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de Satélites (Lapis), da Universidade Federal do Alagoas. Pelos registros é possível ver a capital paulista pré-tempestade, no dia 11 de outubro, com muitos pontos iluminados.

Na foto do dia 12, sábado, por outro lado, já é perceptível como o apagão se espalha por São Paulo e pelas cidades na adjacências. Partes mais escuras podem ser notadas nas regiões mais periféricas.

Imagens da Nasa, reproduzidas pelo Lapis, mostram São Paulo menos iluminada no dia 12 de outubro, após o apagão causada pela chuva de sexta-feira. Foto: Foto: Reprodução/ Nasa via @lapismet (Instagram)

“O apagão em São Paulo visto a partir de satélites – Do espaço, imagens do satélite da NASA registrou (sic) a cidade de São Paulo pouco antes do apagão, que atingiu vários bairros da capital. Na imagem noturna do dia 12 de outubro, depois de 24 horas do temporal, ainda é possível ver áreas de bairros da cidade às escuras”, diz a postagem do Lapis.

A visibilidade também fica mais prejudicada em razão da presença da umidade do ar no atmosfera após a chegada da frente fria, o que contribui para a imagem também ficar borrada (e menos luminosa) em outras partes do Estado.

“Elas (as imagens) estão relacionadas com o antes e depois apagão. O satélite pode registrar a atmosfera e a iluminação, o que fica claro que a iluminação (na Grande SP) diminui após o apagão”, diz Humberto Alves Barbosa, fundador do Lapis. “As imagens validaram exatamente o que está ocorrendo em São Paulo”.

“O satélite registra que parte da periferia de SP ainda não tinha retornado, ao contrário do centro. Isso traz um conceito ainda pouco discutido das mudanças climáticas que são as injustiças climáticas”, completa Barbosa.

As cidades mais afetadas pelo apagão foram São Paulo, Cotia e Taboão da Serra. Dos 400 mil clientes que ainda estavam sem luz até o início da noite desta segunda, a capital paulista respondia por 283 mil, cerca de 70% do total de atingidos. Conforme a Enel, o número total de afetados, posteriormente, caiu para 340 mil.

Reforço

Em comunicado divulgado nesta segunda, 14, a Enel disse que recebeu o reforço de outras distribuidoras – Light, Neoenergia, Elektro, EDP – e que mobilizou profissionais das unidades da empresa instaladas no ChileItáliaEspanha e Argentina. Equipes que atuam na Enel do Rio de Janeiro e do Ceará também foram convocadas e chegaram a São Paulo no final de semana.

Os profissionais de Chile e Argentina começaram a atuar nesta segunda, e os que vieram de Espanha e Itália, trabalham a partir desta terça. A quantidade de reforços internacionais não foi informada pela Enel.

Os profissionais de Chile e Argentina começaram a atuar nesta segunda, e os que vieram de Espanha e Itália, trabalham a partir desta terça. A quantidade de reforços internacionais não foi informada pela Enel.

Para resolver os danos causados à rede de baixa tensão será necessária a troca de postes e “quilômetros de cabos”, diz a empresa, que afirma que vai restabelecer a energia para todos em três dias. O período é o mesmo determinado pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, para a concessionária sanar a falta de luz na capital e na Grande SP.

“Em acordo feito com a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), a empresa cumprirá o prazo de três dias para restabelecer totalmente o fornecimento de energia a todos os clientes”, disse a Enel, em nota.

Apesar das cobranças de Prefeitura de São Paulo, governo paulista via Procon-SP, e governo federal, a empresa não informava um prazo para o retorno completo das operações até esta segunda.

Até o momento, a Prefeitura de São Paulo registrou 386 ocorrências de quedas de árvores. “Destas, 75 aguardam a atuação da concessionária para que as equipes municipais iniciem o trabalho”, disse a gestão municipal na noite desta segunda.

A Sabesp, Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo, informou que algumas regiões continuam prejudicadas pela falta de água, cujo abastecimento também foi afetado pelo temporal. A falta de energia interrompeu o funcionamento de estações elevatórias e boosters (equipamentos que transportam a água para locais mais altos).

Até a noite desta segunda, o abastecimento seguia em recuperação nas seguintes regiões da capital: partes de Capão Redondo e Pirajussara, além de Jardim Antártica, Jardim Peri, Jardim Peri Alto e Jardim Santa Cruz. Em Cotia, Santo André e Mauá, bairros também ainda estão com a distribuição de água comprometida.

Com o reforço, a quantidade de funcionários da Enel em campo, atuando para o retorno da energia elétrica, é de 2,9 mil técnicos, segundo a concessionária. “Para atender casos críticos, a Enel disponibilizou 500 geradores (40 de grande porte) para serviços essenciais, como hospitais, e clientes que dependem de eletricidade para manutenção de equipamentos hospitalares, por exemplo”, informou a empresa.

A Enel afirma também que investe cerca de R$ 6,2 bilhões em São Paulo de 2024 a 2026, e que, dentro do plano de investimento estão modernizar as redes, ampliar a capacidade dos canais de comunicação com os clientes e contratar mais funcionários próprios para atuar em campo.

Por Caio Possati,
Estadão.

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