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BRUNO LUCCA
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O sistema de saúde de Porto Alegre está operando no limite em meio à inundação. A situação é causada por três fatores: afastamento de funcionários, unidades de saúde fechadas e, principalmente, atendimento maciço a moradores de municípios vizinhos.
A prefeitura da capital gaúcha, por meio do secretário de saúde, Fernando Ritter, já pediu ajuda ao governo federal para adquisição de medicamentos, insumos e equipamentos.
Enquanto isso, abrigos da cidade, programados para acolher quem foi obrigado a sair de casa, estão sendo transformados em prontos-socorros improvisados. A medida visa evitar déficit de atendimento a feridos. Casos de hipotermia, pela longa exposição do corpo à umidade, também preocupam.
Grupos pequenos de profissionais e voluntários se unem nos trabalhos. Sem descanso, eles examinam casos várias horas por dia desde segunda-feira (6).
A gestão municipal se preocupa com a exaustão dessas pessoas e consequente perda de rendimento. Muitos médicos e enfermeiros estão afastados devido às enchentes.
Nos grandes hospitais ainda abertos, a situação é pior. Além de equipes reduzidas, há alta demanda de feridos vindos de municípios vizinhos, como Guaíba e Eldorado do Sul.
Antes das fortes chuvas, em abril, o secretário Fernando Ritter já alertava para a peregrinação em busca de médicos em Porto Alegre. À época, segundo ele, emergências já registravam 203% de ocupação, e o tempo de espera poderia superar as seis horas em casos mais graves.
Hoje, segundo relatos, o cenário é ainda mais complicado por unidades de saúde fechadas. Até a tarde desta quarta-feira (8), eram 37 das 132.
Outros fatores preocupam a Secretaria Municipal de Saúde. Primeiro, casos de dengue. Porto Alegre está em estado de emergência para a doença, com mais de 2.000 registros neste ano. A falta de testes é notificada em alguns pontos.
O município ainda se prepara contra possível surto de leptospirose. Pessoas expostas às águas das enchentes por período prolongado e equipes de socorristas de resgates e voluntários têm alto risco de contrair a infecção, transmitida via urina de ratos.
A SBI (Sociedade Brasileira de Infectologia) recomendou à gestão Sebastião Melo (MDB) o uso de remédios para a prevenção contra a patologia. A indicação principal da organização foi a doxiciclina, administrada em dose única para adultos e com base no peso corporal, para crianças. Alternativa ao medicamento é a azitromicina, nas mesmas condições.
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