O policial militar Alécio José de Souza, responsável pela morte de Luan Gabriel Nogueira, adolescente de 14 anos que havia saído para comprar bolachas em Santo André (SP), em 5 de novembro de 2017, foi absolvido na noite desta quarta-feira (27), após júri realizado no fórum da cidade do ABC Paulista, que considerou que o agente atuou em legítima defesa.
Na tarde daquele domingo, Luan havia saído para ir ao supermercado comprar bolachas antes do almoço. Ao sair do estabelecimento, foi baleado na nuca por Alécio de Souza.
À época, o policial alegou que atirou para se defender, pois o adolescente, segundo ele, teria disparado primeiro. Segundo o boletim de ocorrência, porém, nenhuma arma foi encontrada com o menino.
“Meu filho não é bandido, meu filho não usa drogas, ele simplesmente estava passando em um lugar. Ele tinha medo de barata! Como ele estava com uma arma igual à que eles falaram? É mentira da polícia”, disse a mãe durante o velório.
A decisão do júri nesta quarta foi “absurda e inaceitável”, avaliou Ariel de Castro Alves, presidente do Grupo Tortura Nunca Mais e membro do Movimento Nacional de Direitos Humanos.
“A decisão foi totalmente contrária às provas do processo. Ficou muito claro nas investigações e no processo que não houve confronto nenhum no local. Que o PM jamais agiu em legítima defesa. Luan não tinha antecedentes na Vara da Infância e Juventude, era estudante e não estava armado”, disse o advogado.