Algo está muito errado com os macacos de certas regiões do Japão. Nos arredores da cidade de Yamaguchi, ao menos 58 pessoas foram atacadas por símios desde o dia 8. A situação alcançou um nível tão alarmante que a prefeitura criou um grupo especial para caçar os símios — da espécie conhecida como macaco-japonês.
Até o momento, nenhum ataque mais agrave foi registrado — como o caso da gangue de macacos que sequestrou uma criança e a jogou de um prédio de três andares, na Índia — mas muitas das vítimas foram arranhadas e mordidas em diversas partes do corpo.
“Nunca vi nada assim em toda a minha vida”, disse Masato Saito, oficial de Yamaguchi, em entrevista à agência Associated Press, na quarta-feira (27).
Os números não param de crescer: ataques e encontros violentos com os animais dobraram em menos de uma semana, segundo um relatório do departamento de vida selvagem da região, divulgado pela CNN.
Em um dos casos, uma mulher foi atacada enquanto estendia roupas em um varal. Em outro encontro, um macaco mordeu e arranhou as pernas de um idoso.
“Ouvi um choro vindo do térreo e desci as escadas correndo. ‘Então eu vi um macaco debruçado sobre meu filho”, disse um morador da cidade, em entrevista ao jornal Mainichi Shimbun.
Abaixo, é possível ver um exemplo de abordagem:
No início da atual onda de casos, as autoridades achavam que a culpa era de um único macaco que se tornou violento.
Mas a onda de terror continuou, mesmo após a prisão de um macaco flagrado atacando uma criança. Ficou claro que um grupo deles estão por trás dos ataques.
Para piorar, os animais são inteligentes: geralmente escolhem crianças, mulheres e idosos como alvos e atacam por trás. Saito revelou à AP uma pequena lista de coisas para fazer caso encontre uma gangue de símios mal-intencionados.
Nenhum dos investigadores tem pistas do que pode ter motivado a onda recente de caos e violência causados pelos animais, ou mesmo de onde exatamente eles vêm. Mas têm ciência que os símios não estão em busca de comida, o que dificulta caçá-los com armadilhas.
Uma das suspeitas é que as abordagens violentas sejam a consequência de décadas de brigas entre fazendeiros e símios, que são atacados ao roubarem plantações.
O temor é que eles aprendam uns com os outros como lidar com os humanos e percam o medo de invadir casas e atacar pessoas, o que pode piorar ainda mais a situação.
Na noite de terça-feira (26), o grupo especial da prefeitura criado apenas para lidar com o problema, capturou um macho em clara atitude suspeita numa escola da cidade.
O animal foi silenciado com um dardo tranquilizante e sacrificado pouco depois, após ser condenado à pena de morte.
Interações com macacos não são algo recente no Japão, principalmente nas regiões rurais e montanhosas do interior do país. Em algumas localidades, eles são considerados pragas urbanas, ao invadir plantações e roubar comida de casas.
Mas a onda recente de Yamaguchi é considerada incomum, por ser violenta e direcionada a humanos e não roubos de comida.
Alguns moradores disseram à CNN que agora saem de casa com guarda-chuvas, tesouras de jardinagem ou algum outro item para se defender dos animais — que chegam a 60 cm de altura e 13 kg.
Na internet, os macacos-japoneses são famosos pelas fotos em que aparecem relaxados em fontes termais nas montanhas do país, mas parecem ter entrado em um estado de agressividade misterioso.
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