País asiático afirma que alguns produtos exportados aos EUA já estão sujeitos a tarifas que, somadas, chegam a 245%; plano prevê incentivar consumo de serviços para ‘liberar novos motores de demanda doméstica’
O Ministério do Comércio da China afirmou nesta quarta-feira, 16, que alguns dos produtos chineses exportados aos Estados Unidos já estão sujeitos a tarifas que, somadas, chegam a 245%, segundo um porta-voz da pasta. “Isso expõe plenamente o grau irracional a que chegou a prática dos EUA de instrumentalizar e militarizar as tarifas”, afirmou.
O representante do ministério reiterou que Pequim já deixou clara sua posição sobre a “imposição unilateral” de sobretaxas por parte de Washington. “A China não se deixará levar por esse jogo insignificante de tarifas promovido pelos EUA. No entanto, se os EUA insistirem em prejudicar substancialmente os interesses chineses, a China contra-atacará com firmeza e lutará até o fim”, completou.
Nesta quarta, o Ministério do Comércio chinês divulgou um plano de trabalho para incentivar o consumo de serviços em 2025, como parte dos esforços para “liberar novos motores de demanda doméstica e impulsionar o crescimento econômico”.

O plano cita “48 medidas específicas”, ainda sem detalhar uma a uma, voltadas a diferentes setores, abrangendo tanto as principais indústrias de serviços quanto “novas formas de negócio e novos cenários de consumo”. As ações estão organizadas em seis áreas prioritárias: “apoio político, atividades promocionais, abertura e ambiente de consumo”.
Segundo o comunicado, a China pretende “aumentar a oferta de serviços de consumo de qualidade” por meio da “expansão da abertura e redução de restrições para participantes do mercado interno”. O plano também prevê o incentivo a “novos modelos de negócios”, como serviços digitais, saúde integrativa e entretenimento cultural.
O texto ainda destaca a importância de “melhorar o ambiente de consumo” com regulamentações mais claras, fortalecimento da proteção ao consumidor e estímulo à inovação. “A abertura do mercado e a redução de barreiras permitirão que empresas nacionais e estrangeiras compitam em condições mais justas”, afirma o comunicado.
A China ainda menciona a modernização da infraestrutura em áreas rurais, com o objetivo de “reduzir a disparidade entre o consumo urbano e rural”. As medidas começam a ser implementadas ainda em 2025, com acompanhamento contínuo dos resultados.
Por Estadão