Ana Paula e Geovanny usavam a imagem da própria filha autista nas redes sociais para promover os supostos benefícios dos medicamentos

Mais de 100 pessoas procuraram a Polícia Civil para relatar que foram vítimas do esquema supostamente arquitetado por um casal para vender medicamentos para emagrecer falsificados em Goiânia. Ana Paula Ferreira e Geovanny Magalhães Ferreira, segundo a polícia, vendiam remédios sem registro e fabricados de forma clandestina, segudo a polícia.
As vítimas, espalhadas por todo o país, relataram efeitos colaterais severos após consumir os produtos vendidos pelo casal. Uma das vítimas, que comprou o medicamento no Instagram, disse que começou a tomar o produto em janeiro e emagreceu, mas apresentou efeitos colaterais como tontura e frequência cardíaca alterada. Ela relatou que comprou o produto pensando que seria natural, como os suspeitos faziam propaganda nas redes sociais, mas logo percebeu que algo estava errado.
Outras vítimas também relataram problemas de saúde graves, incluindo complicações gastrointestinais severas. Um dos pacientes chegou a ser internado após consumir os produtos vendidos.
Casal usava imagem da filha autista para vender os medicamentos
A investigação revelou que Ana Paula mantinha um grupo com mais de 2 mil pessoas em uma rede social, onde eram comercializados os produtos ilegais. Ela e o marido usavam a imagem da própria filha autista nas redes sociais para promover os supostos benefícios dos remédios, o que chamou atenção dos investigadores e foi considerado um fator a mais na gravidade do caso.
Até o momento, a Polícia Civil cumpriu mandados de busca em três imóveis ligados aos suspeitos e encontrou uma espécie de fábrica de remédios clandestina, sem qualquer higiene ou autorização da Vigilância Sanitária. Ana Paula e Geovanny foram presos em flagrante no início do mês de abril e as prisões foram convertidas em preventivas.
A defesa do casal pediu a revogação da prisão preventiva, alegando que eles possuem endereço fixo, emprego e são responsáveis pela filha pequena que tem autismo. A defesa também disse que confia na imparcialidade da justiça.
O inquérito segue em andamento e a polícia se concentra agora em rastrear a origem dos insumos usados na fabricação dos medicamentos e apurar se há mortes relacionadas ao consumo das substâncias.
Por Mais Goiás