Aliados de Bolsonaro lideram disputa por Senado em 2026, mas sofrem em Minas, Bahia e Maranhão – Blog Folha do Comercio
Home Brasil Aliados de Bolsonaro lideram disputa por Senado em 2026, mas sofrem em Minas, Bahia e Maranhão

Aliados de Bolsonaro lideram disputa por Senado em 2026, mas sofrem em Minas, Bahia e Maranhão

de admin

Ex-presidente teria hoje chance de fazer dobradinha em São Paulo, Rio de Janeiro, Distrito Federal e Tocantins, segundo Paraná Pesquisas

A um ano e meio da eleição, aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) aparecem bem posicionados na disputa pelo Senado Federal. Eles ocupam a primeira ou a segunda colocação em nove dos 12 Estados onde o instituto Paraná Pesquisas realizou levantamentos — as exceções são Minas Gerais, Bahia e Maranhão. O ex-presidente pode fazer a “dobradinha” em quatro locais. O cálculo leva em consideração a margem de erro de cada pesquisa.

A disputa ao Senado é uma das prioridades de Bolsonaro. O objetivo é garantir maioria, eleger o presidente do Senado e dar início ao impeachment de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Serão duas vagas por Estado, o que coloca 54 das 81 cadeiras em jogo no próximo ano.

Em São Paulo, o bolsonarismo tem chances de conquistar as duas vagas, com o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL), com 33,1%, e o secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite (PP). Eduardo lidera na Paraná Pesquisas, enquanto Derrite (17,6%) está tecnicamente empatado com o ex-jogador Raí (15,2%), apontado por partidos de esquerda como uma opção.

A situação se repete no Rio de Janeiro, com o senador Flávio Bolsonaro (PL) liderando com 41,7% e o governador Cláudio Castro (PL), que tem 31,3%, disputando a segunda vaga com a deputada Benedita da Silva (PT) com 27,1%. No Distrito Federal, Michelle Bolsonaro (PL), 42,9%, e o governador Ibaneis Rocha (MDB), 36,9%, têm chances hoje de fazer uma dobradinha. Em Tocantins, a pesquisa também revela uma possível vitória dupla da direita, com o governador Wanderlei Barbosa (Republicanos) e o senador Eduardo Gomes (PL) na frente, respectivamente 52,9% e 32,5%, embora o liberal possa disputar o governo estadual.

Sem Zema, bolsonarismo tenta preencher vácuo em MG

A situação mais crítica para o bolsonarismo ocorre em Minas Gerais. Embora o governador Romeu Zema (Novo) tenha 52,7% das intenções de voto, ele tem descartado concorrer ao Senado e concentra suas apostas em uma chapa presidencial. Zema tem repetido que se considera com perfil de Executivo e não de Legisltivo. Sua ausência gera um vácuo à direita, já que o deputado federal Nikolas Ferreira (PL), o nome mais popular do campo no Estado, não pode disputar o Senado por não ter a idade mínima.

Sem nomes óbvios, Bolsonaro sugeriu a candidatura do ex-ministro da Economia, Paulo Guedes. Pessoas próximas ao ex-presidente também discutiram a possibilidade de Michelle Bolsonaro trocar de domicílio eleitoral, mas o favoritismo dela no Distrito Federal pesou, e a ideia não avançou.

O PL mineiro trabalha para lançar o presidente do diretório estadual, Domingos Sávio (PL), ou o deputado federal Eros Biondini (PL). “O presidente me disse que em Minas Gerais não vai fazer nada sem nos ouvir. E nós também não vamos fazer nada sem ouvi-lo”, afirmou Sávio.

A outra vaga provavelmente será preenchida por um nome indicado por Zema. O favorito do governador é seu secretário de Governo, Marcelo Aro (PP). “Em Minas, a tendência é formar uma chapa única da direita”, afirmou Aro, que ficou em terceiro nas eleições de 2022. Em um gesto de aproximação com o bolsonarismo, ele esteve ao lado de Zema na manifestação pela anistia, na Avenida Paulista, no último dia 6.

O bolsonarismo também enfrenta dificuldades na Bahia. No Estado governado há quase 20 anos pelo PT, Rui Costa (PT) e Jaques Wagner (PT) lideram a pesquisa com 43,8% e 34% das intenções de voto — os petistas trabalham com a ideia de lançar a “chapa dos governadores”, com Jerônimo Rodrigues (PT) disputando a reeleição ao governo baiano e Costa e Wagner, que já ocuparam o cargo, tentando o Senado.

João Roma (PL), ex-ministro de Bolsonaro, aparece em terceiro com 24,6%. Ele afirma que não descarta concorrer ao governo baiano, cargo que também é pretendido por ACM Neto (União Brasil).

“Eu e Neto tivemos um rompimento dois anos atrás. Voltamos a conversar em dezembro e há um sentimento de que é importante buscarmos uma forma de união para enfrentar a esquerda”, disse Roma. Ainda não há definição de quem sairia para governador ou senador.

O prefeito de Salvador, Bruno Reis (União), também é cotado para essas vagas, enquanto há expectativa de que a chapa puro-sangue do PT possa empurrar o PSD e o senador Ângelo Coronel (PSD) para a aliança da direita baiana.

No Maranhão, o domínio é de nomes de esquerda ou ministros do governo Lula: o governador Carlos Brandão (PSB) tem 43,2%, o senador Weverton Rocha (PDT), 41,1%, a senadora Eliziane Gama (PSD), 18,5%, o provável ministro das Comunicações, Pedro Lucas (União), aparece com 12,8% e o ministro do Esporte, André Fufuca (PP), tem 12,1%.

Pernambuco tem o cenário mais embolado no momento. O senador Humberto Costa (PT) aparece empatado tecnicamente na liderança com 32,9% contra 30,1% do deputado estadual Miguel Coelho (União Brasil), que em 2022 apoiou Bolsonaro, mas agora adota postura distinta.

“Não tenho esse viés nem de esquerda nem de direita. Sou de centro”, disse o parlamentar do União ao Estadão. Ele é filho do ex-senador Fernando Bezerra Coelho, que foi líder do governo Bolsonaro no Senado. “Ele tem a história dele e eu estou procurando trilhar meu próprio caminho”, afirmou.

O presidente do PL pernambucano, Anderson Fernandes (PL), empata com Coelho no limite da margem de erro de 2,5 pontos, com 25,1%. Ele, contudo, disputa a bênção de Bolsonaro com o ex-ministro do Turismo, Gilson Machado (PL). A pesquisa testou o nome de Machado no lugar de Fernandes: o ex-ministro ficou em quarto, com 18,3%.

Indefinição no Sul

O bolsonarismo demonstra força no Rio Grande do Sul e no Paraná, mas a profusão de pré-candidatos prejudica o desempenho na pesquisa. Em terras gaúchas, o governador Eduardo Leite (PSDB) é o favorito neste momento, com 43,1%. Manuela d’Ávila (sem partido) e Onyx Lorenzoni (PL) estão embolados na segunda colocação, com 23,2% e 21,3%. Em seguida, há dois outros bolsonaristas: Zucco (PL), com 17,6%, e Marcel van Hattem (Novo), com 17,2%.

A situação é semelhante no Paraná. Ratinho Júnior (PSD), que mira a eleição presidencial, mas tem o Senado como opção, lidera com 47,8%, seguido de Roberto Requião (Mobiliza) com 31,7%. Há três nomes empatados em terceiro: os bolsonaristas Cristina Graeml (Podemos), com 18,8%, e Filipe Barros (PL), 16,5%, além de Deltan Dallagnol (Novo) — com 14,3%, o ex-procurador teria que enfrentar uma batalha na Justiça Eleitoral para se candidatar após a cassação em 2023.

No Espírito Santo, o prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini (Republicanos) está em segundo, com 22,5%, mas também é cotado para ser o candidato bolsonarista ao governo capixaba. É o mesmo caso do ex-prefeito de Natal, Álvaro Dias (Republicanos). Ele aparece na vice-liderança para o Senado no Rio Grande do Norte, com 31,8%, mas se lançou como pré-candidato ao governo estadual.

Por Estadão


Você pode interessar!