País asiático se apresenta como um ator neutro na guerra, apesar das críticas ocidentais de sua proximidade com Moscou
A China afirmou nesta quinta-feira, 10, que as partes envolvidas na guerra ucraniana não deveriam fazer “comentários irresponsáveis”, em referência à acusação do presidente Volodimir Zelenski (Ucrânia), que afirmou que Pequim tem consciência de que cidadãos chineses foram recrutados pela Rússia para combater no conflito.
Zelenski afirmou na quarta-feira que Kiev possui informações sobre 155 chineses enviados para apoiar a invasão russa, um dia após anunciar que o Exército ucraniano capturou dois soldados chineses na região leste de Donetsk.

Questionado sobre a declaração de Zelenski, o Ministério das Relações Exteriores da China pediu às “partes relevantes” que “parem de fazer comentários irresponsáveis”. “Alertamos as partes relevantes que reconheçam o papel da China de maneira correta e clara”, disse o porta-voz diplomático Lin Jian em uma entrevista coletiva, sem citar a Ucrânia ou Zelenski diretamente.
A China se apresenta como um ator neutro na guerra de três anos, apesar das críticas ocidentais de que sua proximidade com Moscou proporcionou apoio econômico e diplomático à Rússia.
Zelenski afirmou na quarta-feira que “a participação aberta de cidadãos chineses em operações de combate (…) é um passo deliberado para a expansão da guerra”. “Acredito que agora (a Rússia) está envolvendo a China nesta guerra”, disse.
Segundo Lin, a China “sempre exigiu que seus cidadãos (…) evitem envolver-se em conflitos armados de qualquer forma”. “A China não é criadora ou parte da crise ucraniana. Somos defensores incondicionais e promotores ativos de uma resolução pacífica”, afirmou.
Por Estadão