Movimentação defende home office e se opõe à redução da remuneração variável; empresa tem equipes de contingência

A Federação Única dos Petroleiros (FUP) informou que os trabalhadores do Sistema Petrobrás aprovaram greve de 24 horas na quarta-feira (26). Segundo a entidade, a consulta à categoria foi concluída no final de semana pela maioria dos sindicatos e encerrada nesta segunda-feira (24) pela manhã em todas as bases da FUP. O teletrabalho e outras demandas motivaram o ato.
Conforme a federação, a greve é uma advertência às tentativas da gestão Magda Chambriard de esvaziar os fóruns de negociação coletiva, “com postura autoritária que coloca em xeque a boa-fé negocial, além de ignorar as principais reivindicações dos petroleiros”.
Na pauta, consta a defesa da Remuneração Variável (pagamento adicional ao salário base), com a exigência de que os valores não sejam reduzidos, o home office, bem como a reposição do efetivo de pessoal. Esta “se destaca como prioridade, com a convocação de concursados e a abertura de novos concursos, considerando a drástica redução no número de trabalhadores após a Lava-Jato”.
“A categoria petroleira também reivindica melhores condições de trabalho e segurança para os prestadores de serviços, com ênfase na melhoria da fiscalização dos contratos e a eliminação da escala 6×1, que prejudica esses trabalhadores. Por fim, a greve exige a igualdade de direitos entre os trabalhadores antigos e novos, incluindo os adicionais de transferência e ajuda de custos”, diz trecho da nota.
A Petrobras possui equipes de contingência em movimentos grevistas. O intuito é reduzir os impactos, principalmente em casos de atos de curto prazo.
Nota da FUP sobre a greve da Petrobras
“A categoria petroleira decidiu, em assembleias realizadas nas unidades operacionais e administrativas da Petrobrás, pela convocação de uma greve de advertência de 24 horas, marcada para esta quarta-feira, 26 de março. O movimento é um protesto contra a postura da atual gestão da empresa, que tem esvaziado os fóruns de negociação coletiva e desrespeitado o princípio negocial.
A pauta unificada de luta traz uma série de reivindicações essenciais para a categoria. Entre os principais pontos está a defesa da Remuneração Variável, com a exigência de que os valores não sejam reduzidos, especialmente considerando que a redução de 31% nos montantes apresentados pela empresa nos simuladores de dezembro do ano passado é considerada inaceitável, enquanto a companhia repassa 207% dos lucros para os acionistas. A Remuneração Variável é o pagamento adicional ao salário base que varia de acordo com o desempenho do funcionário ou da empresa.
Outras demandas incluem a defesa do Teletrabalho, com a suspensão do cronograma de mudanças pretendido pela Petrobrás e do termo de adesão individual, e a abertura de negociações coletivas sobre novas regras que contemplem os impactos sobre os trabalhadores. A categoria também cobra uma solução definitiva para os Planos de Equacionamento de Déficit (PEDs) do Plano Petros, de previdência, e a criação de um plano único e integrado de cargos, carreira e salário, que valorize a negociação coletiva, corrija distorções passadas e garanta progressões justas na carreira.
Além disso, a reposição do efetivo de pessoal se destaca como prioridade, com a convocação de concursados e a abertura de novos concursos, considerando a drástica redução no número de trabalhadores após a Lava-Jato. A greve de advertência também exige a garantia da integridade física dos trabalhadores e a retomada da produção de fertilizantes na unidade do Paraná (Fafen-PR) com segurança adequada. De acordo com a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), foram 731 acidentes de trabalho no setor de óleo e gás em 2024, com 78 feridos graves. Houve 6 mortes no ano.
A categoria petroleira também reivindica melhores condições de trabalho e segurança para os prestadores de serviços, com ênfase na melhoria da fiscalização dos contratos e a eliminação da escala 6×1, que prejudica esses trabalhadores. Por fim, a greve exige a igualdade de direitos entre os trabalhadores antigos e novos, incluindo os adicionais de transferência e ajuda de custos.
O movimento visa garantir direitos, segurança e melhores condições de trabalho para todos os trabalhadores do Sistema Petrobrás.”
Por Mais Goiás