Juíza determinou que o casal seja encaminhado ao Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia

A Justiça manteve presos Karine Giselle Gouveia e o marido Paulo César Dias Gonçalves, acusados de lesionar pacientes em uma clínica de estética em Goiânia, após audiência de custódia nesta quinta-feira (13). A decisão é da juíza Ana Cláudia Veloso Magalhães, que também determinou o encaminhamento deles ao Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia.
Como Karine alega “maternidade de criança menor de 7 anos”, a juíza determinou ao Conselho Tutelar averiguar a alegação, “a fim de que tome ciência da presente decisão efetivando um estudo de situação do(s) infante(s) caso exista(m) e resida(m) no (s) endereço(s) fornecido(s) nesse caderno flagrância”.
O casal foi preso novamente na quarta-feira (12). O motivo da nova prisão é a suspeita de que a dupla usava outros produtos proibidos, como óleo de silicone, além de continuarem comercializando itens ilícitos pela internet e tentarem atrapalhar as investigações.
Conforme o delegado Daniel José de Oliveira, da 4ª Delegacia Distrital de Goiânia, a nova prisão foi necessária também porque o casal estaria tentando atrapalhar as investigações.
“As provas já colhidas indicam que os investigados usaram diversas manobras para embaraçar as investigações, como a subcontratação de advogados para acompanhar e manipular as declarações dos demais investigados. Eles também desrespeitaram uma determinação judicial e continuaram vendendo, pela Internet, os medicamentos”, disse.
Existe a suspeita, também, de que alguns pacientes que realizaram procedimentos estéticos na Clínica Karine Gouveia tiveram óleo de silicone aplicado em seus rotos. Diante dessa nova descoberta, o delegado pediu que os pacientes que tiveram lesões façam novos exames, para conseguirem descobrir o que foi aplicado.
O Mais Goiás procurou a defesa do casal. Confira a nota a seguir:
“A decretação da prisão preventiva de Paulo Cesar Dias Gonçalves é uma decisão absurda, que não se sustenta juridicamente. O próprio STJ, através da ministra Daniela Teixeira, já disse que, neste caso, é desproporcional e desnecessária, portanto, ilegal. Paulo César estava submisso a medidas cautelares diversas da prisão, as cumprindo na íntegra. O que está havendo é uma série de situações inventadas pela Polícia Civil de Goiás, sem nenhum documento e sem nenhuma prova ou
indício.
São apenas falácias e narrativas na tentativa de induzir a erro o Poder Judiciário. Já estamos trabalhando, elaborando os recursos cabíveis e necessários, e iremos acionar todas as instâncias do Poder Judiciário, até mesmo, se necessário, o STJ e o STF, objetivando cessar esta absoluta ilegalidade.”
Karine Gouveia e o marido foram liberados após quase 60 dias presos
Presos temporariamente por 30 dias no final do ano passado, Karine Gouveia e o marido ficaram na cadeia durante quase dois meses, mas foram liberados no início de fevereiro. Até agora, a PC já ouviu 60 pacientes da clínica, que comprovaram, por meio de laudos, terem ficado com lesões. Muitos dos pacientes alegam que tiveram substâncias proibidas, como o PMMA, aplicadas em seus rostos sem o conhecimento deles.
Por Mais Goiás