As fraudes só foram descobertas quando as vítimas perceberam a existência de contas e empréstimos em seus nomes
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Cinco pessoas foram condenadas por integrar o “Grupo das Tias”, uma quadrilha especializada em estelionato e falsificação de documentos. O grupo atuava em cidades como Itaguaru, Anicuns e Goiânia, utilizando documentos falsificados para abrir contas bancárias em nome de vítimas. Em seguida, eram contratados empréstimos fraudulentos, cujos valores eram sacados ou transferidos para outras contas e distribuídos entre os membros da quadrilha. As fraudes só foram descobertas quando as vítimas perceberam a existência de contas e empréstimos em seus nomes.
A investigação revelou que os membros da quadrilha tinham funções bem definidas. Rayanne Freitas dos Santos, conhecida como “professora”, exercia a liderança do grupo. Leandro Ferreira da Conceição era responsável pela falsificação dos documentos, enquanto Isabel de Souza Barbosa e Letícia Rodrigues Santiago coordenavam as atividades. Mislene Faria Morais cuidava da abertura das contas bancárias, e o grupo ainda possuía uma ramificação em Rondonópolis (MT), liderada por Joiciane da Silva Sousa.
De acordo com a denuncia, o esquema criminoso era bem estruturado e funcionava de acordo com o fluxo exercido por cada membro. Leandro produzia documentos falsificados, como identidade, comprovantes de endereço e de renda, utilizando as fotos das integrantes da quadrilha, as chamadas “tias”. Essas mulheres, utilizando os dados pessoais das vítimas e iam até as agências bancárias e abriam as contas. Após a abertura, as informações bancárias eram repassadas para Rayanne, que assumia o controle financeiro contas e e fazia os empréstimos fraudulentos.
Após a condenação, a juíza Placidina Pires, da 1ª Vara dos Feitos Relativos a Delitos Praticados por Organização Criminosa e de Lavagem ou Ocultação de Bens, estabeleceu as penas para os membros do grupo. Rayanne Freitas dos Santos foi sentenciada a 11 anos de prisão em regime fechado e 70 dias-multa. Mislene Faria Morais recebeu 10 anos de prisão em regime fechado e 60 dias-multa. Isabel de Souza Barbosa foi condenada a 9 anos e 6 meses de reclusão, também em regime fechado, e 179 dias-multa.
Já Letícia Rodrigues Santiago foi sentenciada a 3 anos de reclusão em regime aberto, com substituição por pena restritiva de direitos, e 10 dias-multa. Leandro Ferreira da Conceição recebeu 3 anos e 10 meses em regime semiaberto e 68 dias-multa.
O Mais Goiás não localizou as defesas dos condenados para falar sobre o caso e se irá recorrer da decisão. O espaço permanece aberto para manifestações.
Por Mais Goiás