A organização criminosa tem relação com a facção criminosa Comando Vermelho

A Operação Sakichi, da Polícia Civil do Distrito Federal, deflagrada nesta quinta-feira (13), desarticulou uma organização criminosa interestadual especializada no furto de caminhonetes de luxo, como Toyota Hilux e SW4. Os veículos eram adulterados e enviados para regiões de fronteira com a Bolívia e o Paraguai, onde eram trocados por cocaína e maconha.
Durante a operação, foram cumpridos 13 mandados de prisão preventiva, 13 de prisão temporária e 32 de busca e apreensão. Além disso, foram bloqueados R$ 7 milhões em contas bancárias e bens dos investigados.
As investigações revelaram um esquema sofisticado de furto e adulteração de veículos. Os criminosos utilizavam equipamentos eletrônicos de alto nível para burlar sistemas de segurança, como dispositivos capazes de hackear o módulo de ignição e ligar os carros sem a chave original. Também bloqueavam sinais de rastreamento, dificultando a localização dos veículos roubados.
Após os furtos, as caminhonetes eram levadas para locais clandestinos, onde passavam por adulterações. Em seguida, eram transportadas para estados de fronteira e trocadas diretamente por entorpecentes, que abasteciam o mercado do tráfico no Brasil. Parte dos veículos também era desmontada, e as peças eram vendidas no mercado ilegal de autopeças.
A organização, ligada ao Comando Vermelho, operava em quatro núcleos especializados: o núcleo estratégico, responsável pelo planejamento dos furtos e fornecimento dos equipamentos necessários; o núcleo operacional, encarregado de executar os crimes e adulterar os veículos; o núcleo logístico, que transportava os carros para a fronteira e organizava a troca por drogas; e o núcleo financeiro, que lavava o dinheiro obtido e gerenciava a distribuição dos lucros.
A estrutura bem definida permitia que o grupo atuasse de forma coordenada, desde o roubo das caminhonetes de luxo até a negociação com entidades criminosas em regiões de fronteira com a Bolívia e o Paraguai.
Desde o início das investigações, 11 caminhonetes de luxo foram recuperadas. Quatro delas foram localizadas na fronteira do Mato Grosso do Sul, três no estado de Goiás e quatro no Distrito Federal.
Por Mais Goiás