Segundo investigações, ele é responsável por ao menos dez assassinatos

O Ministério Público de Alagoas (MPAL) ofereceu uma nova denúncia contra Albino Santos de Lima, conhecido como “Serial Killer de Alagoas”, pela morte de Louise Gbyson Vieira de Melo, uma mulher transgênero. Segundo investigações, ele é responsável por ao menos dez assassinatos no estado.
O crime ocorreu na noite de 11 de dezembro de 2023, quando Louise voltava da escola para casa. No caminho ela notou que um carro a seguia e pediu ajuda para uma amiga, que a acompanhou até perto de sua casa. Quando o veículo desapareceu da vista, ambas acreditaram que o suspeito havia ido embora. Porém, logo em seguida, Louise foi abordada por Albino, que disparou vários tiros contra sua cabeça.
Amigas da vítima que estavam por perto disse que viram um homem de estatura média fugindo do local após o crime. Exames realizados pela Polícia Científica confirmaram que os projéteis retirados do corpo de Louise pertenciam à pistola calibre 380, a mesma usada por Albino em outros assassinatos. Segundo as apurações o revólver pertencente ao pai do serial killer, um policial militar da reserva.
Esta é a quarta acusação contra Albino. Em janeiro, ele foi denunciado pelo assassinato de Tamara Vanessa dos Santos e pela tentativa de homicídio contra um casal, ocorridos na noite de 8 de junho de 2024, em Maceió.
De acordo com a nova denúncia, a acusação, apresentada sob a perspectiva de gênero, foi feita com base na Recomendação 128 do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que orienta que, em casos como este, onde o réu é homem e a vítima é mulher, o julgamento seja protocolado por essa ótica. A denúncia ainda se apoia no artigo 5º da Lei Maria da Penha, que define violência contra a mulher como qualquer ação ou omissão motivada por gênero que resulte em morte, lesão ou sofrimento.
O promotor de justiça responsável pela denúncia, Antônio Vilas Boas, diz que as evidências do caso são robustas, incluindo o laudo pericial que confirma que a arma utilizada foi a mesma dos outros homicídios cometidos por Albino.
“As evidências estão mais do que comprovadas, oficial e tecnicamente, por meio do laudo pericial. A arma do crime foi a mesma utilizada pelo réu contra outras jovens na mesma região. Não há quaisquer dúvidas sobre mais uma violência por ele cometida, com fim morte, de que estamos diante de um homicídio qualificado, de mais um crime hediondo e ele deve ir à júri popular e responder pelos seus atos”, disse o promotor.
O promotor disse que Albino demonstrava uma obsessão por “justiçamento”, escolhendo suas vítimas de forma meticulosa e movido por repulsa ao sexo feminino. Ele usava as redes sociais para monitorar as vítimas antes de executá-la. Albino tinha um termo específico para suas vítimas, chamando-as de “odiadas do Instagram” ou “mortes especiais”, e mantinha uma pasta denominada “investigar” com mulheres que pretendia atacar. Albino ainda tinha uma pasta com fotos dos alvos e matérias jornalísticas sobre os crimes, além de tirar “selfies” nos locais onde suas vítimas eram sepultadas.
Por Mais Goiás *Com informações do portal CNN