Nesta semana, Copom elevou a Selic de 12,25% para 13,25% ao ano e sinalizou que poderá fazer mais uma alta na próxima reunião, em março
O Brasil passou a ter a maior taxa real de juros (descontada a inflação) do mundo nesta sexta-feira, 30, segundo levantamento do economista Jason Vieira, do site MoneYou. Esse movimento refletiu tanto a elevação da Selic em 1 ponto porcentual, na quarta-feira, 29, quanto a redução de 3 pontos porcentuais nos juros argentinos na quinta-feira, 30.
O corte promovido pelo Banco Central da Argentina fez com que o juro real do país caísse de 9,36% para 6,14%, segundo o ranking. O juro real do Brasil – que já era o segundo maior do mundo desde a última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), atrás apenas da Argentina – está em 9,18% e, por isso, passou a ser o maior do mundo.
O Copom aumentou a Selic em 1 ponto porcentual na quarta-feira, de 12,25% para 13,25%, e manteve a sinalização de uma nova elevação de 1 ponto na sua próxima reunião, em março, que colocaria os juros em 14,25%. O mercado espera que a taxa suba até 15% no fim do ciclo, em maio deste ano, conforme o mais recente relatório Focus.
O início do ciclo de aperto monetário começou em setembro do ano passado. De lá para cá, o Banco Central já elevou a taxa quatro vezes, de 10,5% para 13,25% ao ano. A projeção dos economistas é que os juros terminem o ano em 15%.
Apesar disso, a projeção para a inflação de 2025 também subiu. No relatório Focus desta semana, os economistas elevaram as previsões de 5,08% para 5,50% – exatamente 1 ponto porcentual acima do teto da meta, de 4,50%. A mediana do relatório Focus para o IPCA de 2026 subiu de 4,10% para 4,22%.
Por Estadão