Presidente russo afirmou que delegaria a negociação a outras pessoas caso ucraniano participasse de encontros
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou que seu país está disposto a negociar o fim do conflito na Ucrânia, mas rejeitou a possibilidade de manter conversas diretas com o mandatário ucraniano Volodmir ZelenskI, considerado “ilegítimo” pelo líder russo.
“Se (ZelenskI) quiser participar das negociações, eu escolherei pessoas para participar”, disse Putin na última terça-feira, 28, sugerindo que não se envolveria pessoalmente nesse cenário.
O dirigente do Kremlin afirmou que o presidente ucraniano é “ilegítimo” porque seu mandato já expirou. Entretanto, a lei marcial vigente na Ucrânia desde o início da ofensiva russa, em fevereiro de 2022, impede a realização de eleições.
ZelenskI respondeu à declaração dizendo que o líder russo tem “medo” das negociações e o acusou de usar “truques cínicos” para prolongar o conflito que está prestes a completar três anos.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tem pressionado ambos os lados para que ponham fim à guerra e, na semana passada, afirmou que Zelensky queria negociar um “acordo” para encerrar os combates.
Em uma entrevista à televisão estatal russa, Putin afirmou que os combates poderiam terminar em “dois meses” se os países ocidentais retirassem o seu apoio à Ucrânia, uma possibilidade que gera temores em Kiev, especialmente desde a volta de Trump à Casa Branca.
Ambos os lados, assim como seus aliados, mencionam com cada vez mais frequência a ideia de negociações de paz, apesar disso não há indícios de que a ideia vá se tornar um fato no curto prazo. /AFP
Por Estadão