Enormes multidões de pessoas caminhando com seus pertences se estendiam ao longo de uma estrada principal próxima à costa
Israel começou nesta segunda-feira, 27, a permitir que palestinos retornem ao norte da Faixa de Gaza pela primeira vez desde as primeiras semanas da guerra de 15 meses com o Hamas, de acordo com um frágil cessar-fogo. Milhares de palestinos seguiram para o norte após dias de espera para voltar.
Enormes multidões de pessoas caminhando com seus pertences se estendiam ao longo de uma estrada principal próxima à costa, em uma reversão impressionante do êxodo em massa do norte no início da guerra, que muitos palestinos temiam que Israel tornasse permanente.
Repórteres da Associated Press viram pessoas cruzando o chamado corredor de Netzarim logo após as 7h, quando os postos de controle estavam programados para abrir.
A abertura foi adiada por dois dias devido a um impasse entre Hamas e Israel, que alegou que o grupo havia alterado a ordem dos reféns que havia libertado em troca de centenas de prisioneiros palestinos.
O cessar-fogo visa encerrar a guerra mais mortal e destrutiva já travada entre Israel e Hamas e garantir a liberação de dezenas de reféns capturados no ataque de 7 de outubro de 2023, que desencadeou os combates.
Os palestinos, que têm se abrigado em acampamentos precários e escolas transformadas em abrigos por mais de um ano, estão ansiosos para retornar às suas casas — mesmo que estas provavelmente estejam danificadas ou destruídas.
Yasmin Abu Amshah, mãe de três filhos, disse que caminhou 6 quilômetros para chegar à sua casa na Cidade de Gaza, onde a encontrou danificada, mas ainda habitável. Ela também viu sua irmã mais nova pela primeira vez em mais de um ano. “Foi uma viagem longa, mas feliz”, disse ela. “O mais importante é que voltamos.”
Muitos viram seu retorno como um ato de resistência após a campanha militar de Israel, lançada em resposta ao ataque do Hamas ao sul do país em 7 de outubro de 2023. O retorno também foi visto como uma rejeição à sugestão do presidente dos EUA, Donald Trump, de que um grande número de palestinos fosse reassentado no Egito e na Jordânia. / COM AP
Por Estadão