Líderes deverão se reunir na próxima quinta-feira para debater crise provocada por voos americanos
Em meio à crise provocada pela deportação massiva de imigrantes latino-americanos dos Estados Unidos e a retaliação à Colômbia anunciada por Donald Trump, a presidente de Honduras, Xiomara Castro de Zelaya, informou neste domingo, 26, que os países-membros da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) vão tratar do tema em assembleia extraordinária urgente marcada para o próximo dia 30.
O encontro está previsto para ocorrer em Tegucigalpa, capital de Honduras, mas os líderes dos 32 países poderão participar de forma remota.
A assembleia extraordinária ganhou atenção após Trump retaliar a Colômbia sobretaxando as importações do país em 25% após Gustavo Petro se recusar a receber dois voos com imigrantes deportados. Ele se queixou que o transporte não estava sendo feito com dignidade e mencionou o caso brasileiro, em que os deportados relataram casos de maus-tratos e agressões de guardas americanos durante o voo.
Mais cedo, Petro disse em suas redes sociais que ia sugerir que o tema fosse levado ao debate na Celac. A Colômbia é o próximo país a presidir a Celac.
A presidente de Honduras também se queixou dos voos de deportação e disse que, se os Estados Unidos seguirem em posição hostil, irá considerar o fechamento de bases militares americanas instaladas no país.
O México foi outro país que rejeitou um voo de deportados, mas dois aviões foram autorizados. Na semana passada, a presidente Claudia Sheinbaum conversou com o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva sobre as ameaças de Trump de sobretaxar o vizinho e ocupar militarmente a fronteira sul dos Estados Unidos.
Por Estadão