Por que estrada concedida pelo governo Lula em Minas é conhecida como ‘rodovia da morte’? – Blog Folha do Comercio
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Por que estrada concedida pelo governo Lula em Minas é conhecida como ‘rodovia da morte’?

de admin

Fama começou na década de 1990, quando ônibus caiu de ponte. Só na manhã desta quarta-feira já morreram mais três pessoas na rodovia. Concessionária deverá investir R$ 9,3 bilhões

O governo federal assinou nesta quarta-feira, 22, a concessão do trecho mineiro da BR-381, rodovia que interliga os Estados de São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo. O trecho mineiro é conhecido como “rodovia da morte” por conta do número elevado de acidentes e mortes. Só na madrugada desta quarta-feira, uma batida entre uma caminhonete e uma carreta causou a morte de três pessoas.

Foram concedidos 303,4 quilômetros, que vão de Belo Horizonte a Governador Valadares, passando por outras 19 cidades mineiras, onde moram 3,7 milhões de pessoas. Por esse trecho da rodovia passam diariamente 25 mil veículos. Em 30 anos, a concessionária terá de investir R$ 9,3 bilhões, em troca da arrecadação em postos de pedágio que serão instalados.

“A minha primeira viagem pela BR-381 foi em 1979. Conheço bem a angústia do povo mineiro em relação a essa rota”, afirmou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante cerimônia de assinatura da concessão. “Hoje a BR-381 foi rebatizada, deixa de ser a ‘rodovia da morte’. Vamos colocar toda ela em obras. Corrigimos o projeto, mitigamos riscos, estamos ampliando o investimento na rodovia”, disse o ministro dos Transportes, Renan Filho, que também participou do evento.

BR-381: trecho concedido nesta quarta-feira vai de Belo Horizonte a Governador Valadares
BR-381: trecho concedido nesta quarta-feira vai de Belo Horizonte a Governador Valadares Foto: DNIT

Devido aos trechos de pista simples, à sinalização deficiente e à sinuosidade, a rodovia, nesse trecho que passa por Minas, registra muitos acidentes, daí ter passado a ser chamada de “rodovia da morte”. Essa triste fama começou a se espalhar em fevereiro de 1996, depois que um ônibus caiu da ponte sobre o Rio Engenho Velho, em Nova União, deixando 31 mortos e 16 feridos. Apesar de melhorias pontuais, a rodovia mantém essa alcunha até hoje. De 2018 a 2023, ela registrou 3.960 acidentes, que causaram a morte de 420 pessoas, segundo dados do governo federal.

Cinco iniciativas devem ser tomadas nos primeiros cem dias de vigência do contrato: reformas no pavimento, roçagem da faixa de domínio, reparos iniciais em pontes e viadutos, limpeza das pistas e manutenção e reforço do sistema de iluminação.

Lula, ministro Renan Filho e outras autoridades celebram assinatura do contrato de concessão da rodovia
Lula, ministro Renan Filho e outras autoridades celebram assinatura do contrato de concessão da rodovia Foto: Ricardo Stuckert/Presidência da República

Os pedágios poderão ser instalados após o primeiro ano de obras. Pelo menos cinco postos de cobrança devem ser instalados, nas cidades de Caeté, João Monlevade, Jaguaraçu, Belo Oriente e Governador Valadares. O preço de cada um deve variar entre R$ 10,75 e R$ 13,75.

Por Estadão


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