Policial militar e outros 14 colegas foram presos em operação contra suspeitos de envolvimento na morte de Antônio Vinicius Gritzbach
(Folhapress) A Corregedoria da Polícia Militar de São Paulo prendeu na manhã desta quinta-feira (16) 15 policiais militares suspeitos de envolvimento com o PCC (Primeiro Comando da Capital) e na morte de Antônio Vinicius Gritzbach, 38, delator da facção.
Entre eles está o policial militar da ativa Dênis Antonio Martins, 40, apontado pela investigação como um dos autores dos disparos que mataram o delator. A prisão dele é temporária.
Segundo o secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite, também foram presos preventivamente (sem prazo) 14 policiais militares —um tenente que chefiava a escolta irregular de Gritzbach, 12 cabos e soldados que integravam esse grupo e outro tenente que facilitava a folga de agentes que participavam da segurança do delator.
Procurada, a defesa do PM Martins afirmou por telefone que todo o posicionamento será feito no processo, por se tratar de um caso em segredo de Justiça.
De acordo com o Tribunal de Justiça Militar, Martins deve passar por audiência de custódia na sexta-feira (17) nas dependências do Presídio Militar Romão Gomes, na zona norte de São Paulo.
A operação, chamada de Prodotes, cumpriu sete mandados de busca e apreensão na capital e na Grande São Paulo.
“A operação teve início após uma denúncia anônima recebida em março de 2024, apontando possíveis vazamentos de informações sigilosas que favoreciam criminosos ligados à facção”, afirmou a Corregedoria.
Os militares também são suspeitos de vazar informações de operações e investigações para a alta cúpula da facção.
“Depois do assassinato, nós realizamos serviços de inteligência, e após esse trabalho de inteligência, restou o trabalho de reconhecimento de imagens divulgadas após o assassinato, para ter a comprovação de quem era realmente o atirador. Aí conseguimos identificá-lo, qualificá-lo, e foi só o tempo de solicitar à Justiça a prisão “, explicou.
O empresário foi assassinado a tiros em 8 de novembro de 2024, no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo. Ele era jurado de morte pelo PCC.
Gritzbach, ligado à facção criminosa, teria se envolvido numa série de problemas com o grupo. Ele era suspeito de ter mandado matar dois integrantes da facção. Também fechou um acordo de delação premiada com a Justiça.
Policial estava encapuzado
O delator voltava de uma viagem a Alagoas. Conforme mostram imagens do ataque, ele havia acabado de deixar a área de desembarque do terminal 2 do aeroporto quando homens encapuzados saíram de um Volkswagen Gol preto e atiraram contra o empresário.
Os disparos foram feitos perto do portão, em meio à circulação de outros passageiros. Os atiradores entraram no carro e fugiram.
Dias após o crime, membros da investigação diziam que as suspeitas do assassinato apontavam para os militares envolvidos na escolta do delator.