Goiânia cria Gabinete de Crise para enfrentar estragos das chuvas – Blog Folha do Comercio
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Goiânia cria Gabinete de Crise para enfrentar estragos das chuvas

de admin

Medida busca coordenar ações preventivas e emergenciais, tentando minimizar riscos à população

A Prefeitura de Goiânia criou, nesta semana, um gabinete de crise para enfrentar os estragos causados pelas fortes chuvas em Goiânia. O órgão funcionará na estrutura da Defesa Civil do Estado de Goiás, ao lado do Estádio Serra Dourada, onde já existe um local para monitoramento das condições do clima e para deflagrar medidas de socorro, quando necessárias. Durante os trabalhos, serão realizadas ações focadas especialmente nos próximos 15 dias, período para o qual há previsão de mais chuvas volumosas, e, posteriormente, para soluções definitivas, com obras de drenagem.  

“Estamos assinando o decreto formando o gabinete de crise junto com o Estado. Falei sobre esse assunto com o governador Ronaldo Caiado e decidimos fazer esse gabinete em conjunto”, anunciou o prefeito durante reunião no Paço Municipal, com a presença de integrantes de diversos órgãos das estruturas do Estado e do município.

“Estamos reunindo toda nossa equipe, o Corpo de Bombeiros, a Defesa Civil nossa e do Estado, GCM, PM, Saúde, Seinfra, Comunicação, fazendo um plano para que, ao detectar que vem chuva, possamos identificar onde ela está caindo e ter um plano, sabendo os locais onde podem acontecer problemas mais graves e destinar carros dos bombeiros, ambulâncias, não deixar o trânsito ir para a Marginal (Botafogo)”, exemplificou Mabel.  

Alagamentos

A Marginal Botafogo, que corta a cidade de Norte a Sul, é um ponto de atenção especial devido aos alagamentos, como o ocorrido após as fortes chuvas desta terça-feira à tarde, quando o Córrego Botafogo transbordou para as pistas, na altura do viaduto da Avenida Independência. “Se chover muito de Aparecida para cá ou no Centro, tem de fechar a Marginal”, disse o prefeito. Para a detecção das precipitações, Mabel determinou que sejam adquiridos mais pluviômetros, com recursos do município, para reforçar o trabalho feito pelo Centro de Informações Meteorológicas e Hidrológicas (Cimehgo), da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad).  

O gestor municipal ponderou que as ações conjuntas já têm produzido resultados, como nas chuvas de domingo à noite e terça à tarde. “É espetacular a forma como têm funcionado as ações em conjunto. Nosso pessoal já está atuando, entrando, limpando, quando a chuva acontece, mas queremos uma coisa mais profissional”, informou. “Graças a Deus não tivemos nenhuma morte. Ficamos no comando a noite inteira, fazendo ações”, destacou o prefeito, acrescentando que a prioridade é que nenhuma vida seja perdida nas chuvas, nem mesmo de animais.  

O comandante do Corpo de Bombeiros de Goiás, coronel Washington Luiz Vaz Júnior, destacou a importância de ter um comando unificado. “No gabinete de crise, é uma decisão unificada. O prefeito deu uma ideia, levou para o gabinete, o gabinete trata a ideia, e com poucos minutos essa ideia roda todo mundo aqui nessa mesa. Por isso o gabinete de crise dá certo”, explicou. “Eu confio, acredito que essa ação será um sucesso”, assegurou.  

O gerente do Cimehgo, André Amorim, destacou a importância de alinhamento também com a prefeitura de Aparecida de Goiânia e outros municípios da região Metropolitana. “Temos de estar conectados nesse momento”, conclamou. O Cimehgo possui pluviômetros na Câmara Municipal, na Praça do Avião, no Setor Jaó, na Vila Pedroso, no Autódromo, no Jardim Mariliza, na região noroeste e no Conjunto Vera Cruz. “Essa rede de alerta está funcionando. A cada 10 minutos as informações chegam, o que possibilita que sejam tomadas atitudes rápidas”, concluiu.  

Apelo à população

O prefeito de Goiânia aproveitou a ocasião para fazer um apelo à população, para que não saia de casa durante as chuvas ou, se não for possível, que se abrigue e jamais se arrisque em situações de risco. “A chuva vem rapidamente e logo também abaixa. Somente no período da chuva é quando as pessoas não podem sair. Se vir rua com água acima do meio-fio, não passe, não desça do carro, pode ter uma boca de lobo aberta. Não passe com carro, de moto, a pé, pare o carro, fique em casa, fique na casa de um amigo, não se arrisque nesse período”, pediu.  

Mabel também determinou à Secretaria de Comunicação (Secom) que torne essa comunicação com a população da cidade o mais assertiva possível. “Estamos falando com as rádios, se possível para entrar em cadeia e dar o alerta quando a chuva estiver vindo. Isso vai ajudar”, analisou.  

Ao mesmo tempo, os técnicos da prefeitura estão, a partir desse aprendizado com as chuvas, levantando os pontos problemáticos e planejando ações de limpeza de córregos, como o Botafogo, cujo leito está cheio de terra e tem pontos de entupimento em manilhas e bueiros. “Isso tudo atrapalha e faz com que entre em colapso”, resumiu Mabel.

Plano de drenagem urbana

Em paralelo, a prefeitura está trabalhando para realizar investimentos na drenagem da cidade. “A drenagem de Goiânia parou no tempo, precisamos andar, ter coisas mais modernas, evoluir”, disse Mabel, citando como exemplo a criação de lagoas de contenção, piscinões e estruturas para conter a água nos parques. “Vamos estudar as situações uma a uma”, anunciou.

O gestor pretende se reunir com a Universidade Federal de Goiás (UFG), que está desenvolvendo o Plano de Drenagem Urbana, para entender o andamento do projeto e discutir propostas como a criação de piscinões para contenção das águas pluviais.

Por Mais Goiás

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