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Comurg exonera mais de 400 comissionados e diz que vai economizar R$ 3 mi por mês

de admin

Medida faz parte de ação que visa reduzir gastos, sobretudo com revisão de benefícios que gera grandes remunerações dentro da companhia

A Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg) exonerou mais de 400 comissionados. A expectativa da companhia é cortar R$ 3 milhões da folha mensal de pagamento dos servidores. A medida integra um pacote de ações que busca reduzir em pelo menos R$ 12 milhões na verba com pessoal, além de enxugamento de gastos com o custeio da empresa pública.

Ao todo, a Companhia tem 800 postos de trabalho de livre indicação, 420 foram demitidos por ato interno, mas a intenção é extinguir quase 95% dos comissionados. Para isso, a companhia e a prefeitura de Goiânia pretendem efetuar alterações no estatuto e no organograma da companhia para alcançar esse percentual. Segundo a empresa, os cortes fazem parte de um processo de reestruturação da companhia.

O pacote de medidas elaborado pela nova direção da Comurg para cortar gastos da folha também inclui a proibição de horas extras de qualquer funcionário e a paralisação do pagamento de gratificações. As duas medidas já estão em vigor, por meio de atos do presidente da companhia, mas a extinção de cargos comissionados, chefias como superintendências e diretorias, e benefícios a efetivos, ainda dependem de mudanças no estatuto, que precisam passar pelo conselho de administração.

Altos salários

Em meio à implementação do pacote de medidas para cortar gastos com custeio e folha de pagamento, a Comurg registra o pagamento de supersalários a servidores, com valores que ultrapassam o teto constitucional e o valor recebido pelo prefeito da capital. Levantamento divulgado pela TV Anhanguera mostra funcionários que recebem até 18 vezes o valor do vencimento básico.

Conforme apurado pela emissora, há casos em que um servente de obras, que recebe um salário mínimo mas como vencimento, recebeu R$ 18 mil em novembro de 2024, só com gratificações, enquanto um pedreiro, com remuneração base de R$ 2 mil, recebeu no mesmo mês o total de R$ 15,8 mil. Já um coletor de resíduos, que tem o salário mínimo como vencimento, recebeu R$ 17,3 mil.

E há outros casos de quem tem contrato com salário mínimo, ou seja, deveria ganhar R$ 1.547,79, mas receberão valor superior. É o caso de uma jardineira que teve remuneração de R$ 19,2 mil e um motorista recebeu R$ 27 mil, também em novembro. Há ainda um trabalhador da limpeza urbana, que no lugar de receber o salário mínimo, recebeu R$ 50,3 mil, e dois assessores administrativos receberam R$ 59,9 mil e R$ 61,6 mil.

O ex-prefeito de Goiânia, Rogério Cruz, afirmou, em nota enviada ao jornal O Popular que os valores mencionados “decorrem de direitos adquiridos ao longo de décadas de vínculo empregatício” e que “todos os servidores citados possuem contratos efetivos, com tempo de empresa variando de mais de 45 anos para os mais antigos a 16 anos para o mais recente”.

Por Mais Goiás

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