No acumulado do ano, que tem como base de comparação o mesmo período do ano anterior, a indústria teve uma alta de 3,2%; em 12 meses, a produção acumula elevação de 3,0%
A produção industrial caiu 0,6% em novembro ante outubro, na série com ajuste sazonal, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado foi idêntico à mediana das previsões de analistas ouvidos pelo Projeções Broadcast. O intervalo de estimativas ia de queda de 1,4% a alta de 0,3%. Foi o segundo mês seguido de queda. Em outubro, a produção encolheu 0,2% ante setembro, na série com ajuste sazonal.
Em relação a novembro de 2023, a produção do penúltimo mês do ano passado subiu 1,7%. Nessa comparação, sem ajuste, as estimativas variavam de um recuo de 5,9% a um aumento de 3,4%, com mediana positiva de 1,4%.
No acumulado do ano, que tem como base de comparação o mesmo período do ano anterior, a indústria teve uma alta de 3,2%. Em 12 meses, a produção acumula elevação de 3,0%.
Em novembro de 2024, a indústria brasileira também operava 15,1% aquém do pico alcançado em maio de 2011. Na categoria de bens de capital, a produção está 26,9% abaixo do pico registrado em abril de 2013, enquanto os bens de consumo duráveis operam 29,9% abaixo do ápice de março de 2011.
Os bens intermediários estão 12,9% aquém do auge de julho de 2008, e os bens semiduráveis e não duráveis operam em nível 14,1% inferior ao pico de junho de 2013.
Produção de bens de capital
A produção da indústria de bens de capital encolheu 1,7% em novembro ante outubro. Na comparação com novembro de 2023, o indicador avançou 14,0%. No acumulado em 12 meses, houve elevação de 6,7% na produção de bens de capital.
Em relação aos bens de consumo, a produção registrou queda de 1,6% na passagem de outubro para novembro. Na comparação com novembro de 2023, houve elevação de 0,2%. No acumulado em 12 meses, a produção de bens de consumo subiu 3,5%.
Na categoria de bens de consumo duráveis, a produção caiu 2,1% em novembro ante outubro. Em relação a novembro de 2023, houve aumento de 19,5%. Em 12 meses, a produção subiu 9,9%.
Entre os semiduráveis e os não duráveis, houve redução de 2,8% na produção em novembro ante outubro. Na comparação com novembro do ano anterior, a produção diminuiu 2,7%. A taxa em 12 meses ficou positiva em 2,5%.
Para os bens intermediários, o IBGE informou que a produção caiu 0,7% em novembro ante outubro. Em relação a novembro do ano passado, houve alta de 1,6%. No acumulado em 12 meses, os bens intermediários tiveram expansão de 2,7%.
O índice de Média Móvel Trimestral da indústria registrou estabilidade (0,0%) em novembro.
Recuo em 19 das 25 atividades
A queda de 0,6% na produção industrial nacional em novembro ante outubro foi decorrente de perdas em 19 dos 25 ramos pesquisados no período. As principais influências negativas partiram de veículos automotores (-11,5%, após ganho acumulado de 12,7% nos dois meses anteriores) e coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-3,5%, acumulando redução de 6,9% em dois meses seguidos de quedas na produção).
Outras quedas relevantes ocorreram em produtos alimentícios (-1,2%), confecção de artigos do vestuário e acessórios (-8,5%), produtos químicos (-2,1%), celulose, papel e produtos de papel (-3,9%), produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-5,4%), artefatos de couro, artigos para viagem e calçados (-6,6%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-3,8%), produtos do fumo (-16,3%), bebidas (-2,7%) e móveis (-5,7%).
Na direção oposta, entre as seis atividades com avanços, o principal impacto positivo foi de máquinas e equipamentos, com alta de 2,3%, acumulando um ganho de 5,8% em dois meses seguidos de crescimento.
No intervalo de um ano, o avanço de 1,7% na indústria brasileira em novembro de 2024 ante novembro de 2023 foi resultado de uma expansão na produção de 18 dos 25 ramos investigados. “Vale citar que novembro de 2024 (19 dias) teve um dia útil a menos do que igual mês do ano anterior (20)”, ressaltou o IBGE.
As principais influências partiram de veículos automotores (15,7%), equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (34,9%) e máquinas e equipamentos (14%). Houve altas relevantes também em metalurgia (7,8%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (15,3%), produtos de metal (7,6%), produtos químicos (2,4%), produtos de borracha e de material plástico (5%), vestuário e acessórios (7,3%), produtos de minerais não metálicos (6%), produtos diversos (11,8%) e produtos farmoquímicos e farmacêuticos (4,9%).
Na direção oposta, entre as sete atividades com redução na produção, os maiores impactos negativos foram de indústrias extrativas (-4,4%), alimentícios (-4,3%) e derivados do petróleo e biocombustíveis (-3,9%). Houve perda relevante também em bebidas (-8,4%).
O índice de difusão, que mostra a proporção de produtos com avanço na produção em relação ao mesmo mês do ano anterior, passou de 68,1% em outubro para 59,2% em novembro.
Pelo sexto mês consecutivo, houve uma maioria de produtos com crescimento na produção em relação a igual mês do ano anterior, observou André Macedo, gerente da pesquisa do IBGE.
Por Estadão