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Meta acaba com a checagem de informação em suas plataformas em mais uma sinalização ao governo Trump

de admin

Mark Zuckerberg anunciou que suas redes sociais seguirão um modelo parecido com o Notas da Comunidade, do X

Meta anunciou nesta terça, 7, mudanças profundas em suas práticas de moderação de conteúdo. Na prática, elas acabam com o programa de checagem de fatos da gigante, uma política instituída para reduzir a disseminação de desinformação na rede social.

Agora, em vez de contar com organizações independentes de checagem de informações, a Meta, que é proprietária do Facebook, Instagram, WhatsApp e Threads, dependerá dos próprios usuários para acrescentar correções às publicações que possam conter informações falsas ou enganosas.

Mark Zuckerberg anunciou mudança importante na moderação de conteúdo de suas redes sociais
Mark Zuckerberg anunciou mudança importante na moderação de conteúdo de suas redes sociais Foto: Godofredo A. Vásquez/AP

Mark Zuckerberg, executivo-chefe da Meta, disse em uma declaração em vídeo que o novo protocolo, que começará nos Estados Unidos, é semelhante ao usado pelo X, chamado de Notas da Comunidade. “É hora de voltarmos às nossas raízes em relação à liberdade de expressão”, disse Zuckerberg. Sobre o atual sistema de checagem da empresa, ele acrescentou que “chegou a um ponto em que há muitos erros e muita censura”. Não há informações sobre o Brasil ainda.

Zuckerberg observou que “as eleições americanas também parecem ser um ponto de inflexão cultural para priorizar novamente o discurso”. Elon Musk criou as Notas da Comunidade para sinalizar publicações enganosas no X. Desde que assumiu o controle da rede social, Musk também posicionou o X como a plataforma mais conectada à presidência de Donald Trump.

É provável que a medida agrade Trump e a seus aliados, muitos dos quais não gostam da prática da Meta de adicionar avisos de isenção de responsabilidade ou advertências a publicações questionáveis ou falsas. Durante muito tempo, Trump criticou Zuckerberg, alegando que o recurso de verificação de fatos tratava as publicações de usuários conservadores de forma injusta.

Desde que o republicano ganhou as eleições em novembro, a Meta agiu rapidamente para tentar reparar as relações que mantém com os conservadores. No final daquele mês, Zuckerberg jantou com Trump em Mar-a-Lago, onde também se reuniu com Marco Rubio. A Meta doou US$ 1 milhão para apoiar a posse de Trump em dezembro. Na semana passada, Zuckerberg nomeou Joel Kaplan, um conservador de longa data e o executivo da Meta mais próximo do Partido Republicano, para a função política mais sênior da empresa. E na segunda-feira, 6, Zuckerberg anunciou que Dana White, chefe do UFC e aliado próximo de Trump, se juntaria ao conselho da Meta.

Recentemente, os executivos da Meta informaram os funcionários de Trump sobre a mudança na política. O anúncio da verificação de fatos coincidiu com uma aparição de Kaplan no programa “Fox & Friends”. Ele disse aos apresentadores do programa, popular entre os conservadores, que havia “muito viés político” no programa de verificação de fatos e que as mudanças resultariam em “muito menos repressão excessiva” de conteúdo.

A mudança põe fim a uma prática que Zuckerberg iniciou há oito anos, nas semanas após a eleição de Trump em 2016. Na época, o Facebook foi criticado pela disseminação descontrolada de desinformação na rede, incluindo publicações de governos estrangeiros que buscavam semear a discórdia entre o público americano.

Como resultado da enorme pressão pública, Zuckerberg recorreu a organizações externas, como a Associated Press, a ABC News e o site de verificação de fatos Snopes, além de outras organizações globais avaliadas pela International Fact-Checking Network, para examinar publicações potencialmente falsas ou enganosas no Facebook e no Instagram e decidir se elas precisavam ser notificadas ou removidas.

Entre as mudanças, segundo Zuckerberg, estará a “remoção de restrições sobre tópicos como imigração e gênero, que estão fora de sintonia com o discurso dominante”. Ele também disse que as equipes de confiança e segurança e de moderação de conteúdo serão transferidas da Califórnia, e a revisão de conteúdo dos EUA será transferida para o Texas. Isso “ajudaria a eliminar a preocupação de que funcionários tendenciosos estejam censurando excessivamente o conteúdo”, acrescentou.

Por Estadão


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