Marido de Ney Latorraca se emociona em entrevista sobre o ator: ‘Pessoa maravilhosa’ – Blog Folha do Comercio
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Marido de Ney Latorraca se emociona em entrevista sobre o ator: ‘Pessoa maravilhosa’

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Ao ‘Jornal Nacional’, Edi Botelho relembra legado do marido, que morreu nesta quinta-feira, 26.

Edi Botelho, viúvo de Ney Latorraca, em entrevista ao 'Jornal Nacional'
Edi Botelho, viúvo de Ney Latorraca, em entrevista ao ‘Jornal Nacional’ Foto: Reprodução/Globo

O marido de Ney Latorraca, o ator e diretor Edi Botelho, se emocionou ao falar sobre o marido, que morreu nesta quinta-feira (26), aos 80 anosapós lutar contra um câncer de próstata. Ele também revelou algumas memórias ao lado do marido. Botelho e Latorraca ficaram juntos por 30 anos.

Em entrevista ao Jornal Nacional, Botelho exaltou o legado de seu marido, morto nesta quinta (26) após lutar contra um câncer de próstata.

Botelho afirmou que o marido desejaria ser lembrado com a mesma alegria que deu para seus trabalhos. “Vai ficar essa pessoa maravilhosa que ele era, amiga de todo mundo, essa pessoa para cima, que sabia brincar com tudo”, declarou ele, emocionado.

Ney Latorraca no espetáculo 'Vamp - O Musical'

Ney Latorraca no espetáculo ‘Vamp – O Musical’ Foto: Tiago Queiroz

Ele também comentou sobre a comédia musical Seu NeyLa, que homenageou os 60 anos da carreira do marido em 2022. Na época, o ator estava recluso e não compareceu à estreia da peça. No entanto, Latorraca fez uma participação no elenco de forma híbrida: ele atuou na sala de sua casa e apareceu em um telão gigante no teatro.

“Acabou sendo um momento maravilhoso, porque era uma cena inédita. Era um espetáculo mesmo, ele aparecia no telão enorme e interagia com os atores”, relembrou Botelho. “Eu presenciei isso várias vezes, [as pessoas o chamando de] senhor Neyla. Ele levava na brincadeira total”, concluiu.

O casal, que sempre manteve a discrição sobre sua vida pessoal, se conheceram 1995. Edi Botelho, além de ator e diretor, é autor do livro Gerald Thomas – Cidadão do Mundo. Juntos, trabalharam em peças como “O Martelo” (1999) e “Entredentes” (2014). Apesar do relacionamento longo, o casal optou por não ter filhos.

Relembre trajetória de Ney Latorraca

Antonio Ney Latorraca era natural de Santos, São Paulo. Aos seis anos de idade, fez uma participação em uma radionovela da Record. Durante a década de 1970, atuou em vários espetáculos, entre elas: Hair (1970), Jesus Cristo Superstar (1972), Bodas de Sangue (1973) e A Mandrágora (1975).

Ney Latorraca estreou na televisão como figurante na Rede Tupi, e o primeiro papel de destaque no ator foi em Beto Rockfeller (1968). A estreia na Globo aconteceu em 1975, na novela Escalada, que deu origem a 50 anos de trabalho na emissora, na qual esteve em produções como Memórias de um Gigolô (1986), Grande sertão: Veredas (1985), TV Pirata, Vamp, O Beijo do Vampiro e outras.

Ney Latorraca em entrevista ao Estadão, em julho
Ney Latorraca em entrevista ao Estadão, em julho 

Fama e sucesso vieram com a novela Escalada. Na novela de Lauro César Muniz, a primeira de Latorraca, ele interpretou Felipe, que era mudo.

“Ele só balançava a cabeça. E o que aconteceu? Um mês depois que a novela estreou, o personagem fazia tanto sucesso que todo mundo queria saber quem era aquela pessoa jogada pelos cantos, muda. Eu nunca apresentei aquele padrão imposto de galã, que precisava ter uma virilidade explícita. Pelo contrário. Mas Felipe fez sucesso, principalmente com o público feminino. Na época, havia um concurso em nível nacional para eleger o rei da televisão. Em seis semanas, eu já estava concorrendo com Tarcísio Meira e Roberto Carlos”, relembrou o ator ao projeto Memória Globo.

Aquele contrato de três meses virou mais de 50 anos de casa.

Vamp, TV Pirata e O Mistério de Irma Vap

Após diversas novelas, como Vamp, em que interpretou o inesquecível Vlad, minisséries e também filmes no cinema, experimentou um exercício diferente com TV Pirata, em que encarnava Barbosa. Sobre o personagem, Ney Latorraca chegou a dizer:

“Era um velho tarado, de cabeça branca, com um pouco de bico. Mas eu comecei a aumentar o bico, tanto que, meses depois, só dava Barbosa e todo mundo imitava. Foi um baita sucesso. Até hoje me pedem na rua para fazer o Barbosa”.

Em 1986 estreou, com o ator Marco Nanini o maior sucesso do teatro brasileiro, O Mistério de Irma Vap, que permaneceu em cartaz por mais de 11 anos. Foi o seu maior sucesso e lhe trouxe a almejada estabilidade financeira. “Comprei minha cobertura, passei a viajar de primeira classe e pude dar todo o conforto para a minha mãe, que se foi em 1994, até o fim da vida dela”, contou ele, em entrevista ao Estadão em julho.

Em 1988, com o ator Marco Nanini nos bastidores da peça “O Mistério de Irma Vap”. Um dos espetáculos mais marcantes da carreira de Ney Latorraca, a peça bateu recorde mundial de apresentações com o mesmo elenco (apenas a dupla). Ficaram 11 anos em cartaz. Foto: Acervo/Estadão
Em 1988, com o ator Marco Nanini nos bastidores da peça “O Mistério de Irma Vap”. Um dos espetáculos mais marcantes da carreira de Ney Latorraca, a peça bateu recorde mundial de apresentações com o mesmo elenco (apenas a dupla). Ficaram 11 anos em cartaz. Foto: Acervo/Estadão Foto: Acervo/Estadão

Também interpretou o divertido vilão Eduardo em Da Cor do Pecado (2004) em uma parceria icônica com Maitê Proença. Zazá (1997), Bang Bang (2005) e Negócio da China (2008) foram outras novelas que contaram com a participação do ator. Em 2013, fez o filme Alexandre e Outros Heróis, depois de se recuperar de uma internação de mais de 40 dias. No ano seguinte, fez uma participação especial na novela Meu Pedacinho de Chão.

Na Globo, Ney Latorraca fez 17 novelas e seis minisséries, além de seriados e especiais.

Por Estadão


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