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O Papai Noel que agora precisa de um pouco de Natal

de admin

Por mais de uma década, Carlos Gonçalves Avelino, ou simplesmente Carlinhos, tornou-se a alma do Natal de centenas de crianças, jovens, adultos e idosos ao se tornar por algumas semanas, um Papai Noel em meio ao cerrado goiano. Com sua barba branca e olhos cheios de ternura, ele transformava sonhos em sorrisos, conectando gerações no encantamento das festas de fim de ano. Mas, neste dezembro, o bom velhinho trocou o trono encantado do Natal do Bem pelo repouso e cuidados de sua casa. Aos 66 anos, o servidor público aposentado enfrenta desafios que o afastaram temporariamente de sua missão, mas não da magia que o move.

Carlinhos passou por uma jornada de saúde difícil e desafiadora. Em abril deste ano, um episódio de infecção revelou algo muito maior: o diagnóstico de doença de Crohn, uma condição inflamatória crônica que afeta o intestino. O desdobramento desse quadro acabou incluindo cirurgias, uma colostomia e meses de internação. “Foram 60 dias na UTI e outros tantos em isolamento, sempre entre idas e vindas ao hospital. A gente nunca sabe como vai ser, mas Deus me deu uma nova chance”, conta ele, emocionado ao Mais Goiás.

Apesar das cicatrizes ainda frescas — tanto físicas quanto emocionais — Carlinhos manteve a resiliência como esperança de dias melhores. Ele perdeu 28 quilos ao longo do tratamento, mas não o sorriso. Entre medicamentos, suplementos de potássio e magnésio, e um novo programa alimentar, ele se dedica a se reerguer. “Eu não podia fazer o Natal este ano, não tinha como. Tive receio de não aguentar o ritmo, de ter que sair correndo. Mas prometi a Deus que vou estar lá no ano que vem como Papai Noel, se Ele quiser.”

Papai Noel em tratamento quer visitar hospital quando se recuperar: ‘levar alegria às crianças’

Ainda em recuperação, Carlinhos está determinado a vestir a indumentária vermelha, mesmo que em outro contexto. Ele até planejava uma visita especial ao Hospital Municipal de Aparecida de Goiânia, onde recebeu boa parte dos cuidados que o salvaram e faz questão de destacar gratidão à equipe médica que cuidou de seus problemas. “Prometi ao pessoal do hospital que, assim que possível, iria até lá vestido de Papai Noel para agradecer. Queria visitar as crianças da ala pediátrica e levar um pouco da alegria que me sustenta.”

Entretanto, não conseguiu reunir forças para isso. “Volto lá no final de janeiro, mas para o retorno dos meus exames e ver a continuidade do meu tratamento. A melhora é lenta, mas é positiva. Entretanto, ainda estou muito fraco. Tive muitos pedidos para me fantasiar de Papai Noel esse ano de novo, mas infelizmente tive de recusar todas”, salientou. 

Por trás da fantasia de Papai Noel, Carlinhos sempre foi um contador de histórias e um entusiasta da vida. “Eu amo fazer as pessoas felizes. Mesmo quando eu estava no hospital, fraco, eu brincava com os enfermeiros, fazia piada. Sempre fui assim. Enquanto eu puder, quero espalhar o espírito do Natal, seja onde for.”

Carlinhos pode estar longe do trono de Papai Noel este ano, mas não deixa de reforçar que está mais perto do que nunca do verdadeiro significado da época que tanto ama. “Agradeço a Deus por estar vivo. Não consegui fazer o Natal este ano, mas eu fui Papai Noel em cada sorriso que recebi, em cada lágrima de gratidão que derramei.” E assim, enquanto o bom velhinho descansa, a magia do Natal continua, porque, como ele mesmo diz: “Papai Noel nunca para. Onde eu vou, ele vai junto comigo.”

Por Mais Goiás

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