Vazamento de agrotóxicos ocorreu no dia 17 de dezembro de 2024 na GO-164. Carga era roubada e, portanto, não tinha licença ambiental para ser transportada
Quatro dias depois do acidente automobilístico que resultou no vazamento de agrotóxicos no km 493 da GO-164, na Cidade de Goiás, a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) continua a executar protocolos para frear a contaminação do rio Vermelho e mitigar danos ambientais causados pela ocorrência.
O acidente ocorreu por volta das 7h30 do dia 17 de dezembro e envolveu um caminhão e um veículo de passeio. As duas pessoas que estavam no carro faleceram e os dois ocupantes do caminhão estão hospitalizados. Já se sabe que a carga era roubada. Por consequência, não havia licença ambiental, com as devidas condicionantes, para o transporte do produto (como determina a lei).
A partir de embalagens encontradas no local do acidente, sabe-se que vazaram volumes de Fipronil, Blavity, Fox xpro, Sphere Max e Orkestra SC. Na manhã deste sábado (21), constatou-se a morte de peixes no rio Vermelho. Choveu 35 mm na região, e é provável que a precipitação tenha carreado defensivos para o leito e causado esse fato.
Há equipes do Centro de Análises Ambientais e Laboratoriais (Ceamb) da Semad e a Saneago trabalhando no monitoramento de parâmetros de qualidade da água, e, por se tratar de um procedimento complexo, o resultado ainda não está pronto. Os responsáveis pela remoção já retiraram 95% dos resíduos sólidos, construíram barreiras no corpo hídrico e vão remover parte do solo contaminado. Por precaução, a Semad reforça a recomendação para os moradores não banhem ou utilizem água do rio Vermelho.
Protocolos do acidente com agrotóxico
A Semad foi comunicada a respeito do acidente duas horas depois de ele ocorrer, por volta das 9h30. Acionou então o protocolo de emergências ambientais, que prevê a comunicação imediata da Saneago, Defesa Civil e do Batalhão Especializado em Operações com Produtos Perigosos do Corpo de Bombeiros. Enviou também para o local uma equipe da gerência que cuida de emergências ambientais e outra do seu próprio Centro de Análises Ambientais e Laboratoriais (Ceamb).
Enquanto bombeiros trabalhavam na contenção e recolhimento de embalagens e frascos de defensivos, que foram acomodados em sacos “big bag”, e na remoção das ferragens para retirar o corpo de uma das vítimas fatais, a Semad usou a placa para chegar no responsável pelo caminhão, a quem cabe a obrigação legal de contratar uma empresa para atender a emergência ambiental.
Valendo-se do que diz a lei federal 6938, que atribui responsabilidade indireta aos fabricantes dos produtos vazados, a Semad acionou a BASF e a Bayer. Ambas contrataram a Ambipar, que desde então trabalha no local.
A Semad continua a monitorar a região da GO-164 e a trabalhar no monitoramento da qualidade da água do rio Vermelho, mas reforça a orientação para que, por precaução, não utilizem água do rio para consumo, nem para banho. As sanções administrativas cabíveis ao caso serão aplicadas pela secretaria. A Semad se solidariza com as famílias e amigos das vítimas nesse momento de dor.
Por Mais Goiás