Alvo dos roubos costuma ser os celulares e estratégia passa por disfarces; SSP diz que aumenta o policiamento preventivo e ostensivo em áreas de maior incidência
Criminosos têm diversificado as estratégias para roubar os paulistanos, seja na calçada, nos carros e até em condomínios. O alvo dos roubos costuma ser os celulares. A estratégia, muitas vezes, passa por disfarces – seja de entregador ou até de falsos judeus.
No primeiro semestre do ano, a cidade de São Paulo registrou queda em crimes como furtos, roubos e homicídios na comparação com o mesmo período do ano passado. Por outro lado, a alta de crimes patrimoniais em parte dos bairros e de latrocínios piora a percepção de segurança do paulistano. Na capital, são 45 roubos seguidos de morte entre janeiro e outubro, 36,3% a mais do que no mesmo período de 2023.
Como o Estadão mostrou, após direcionar medidas para o centro nos últimos anos, a Secretaria da Segurança Pública enfrenta o desafio de ampliar as ações para bairros que registraram aumento de roubos ou onde a queda tem sido mais lenta. A pasta diz que aumenta o policiamento preventivo e ostensivo em áreas de maior incidência.
O roubo é caracterizado quando o ato envolve violência ou grave ameaça. Já o furto ocorre sem agressão contra a vítima. Autoridades alertam para a preferência dos bandidos por celulares, sobretudo pela possibilidade de transferências instantâneas via Pix.
Para acompanhar a dispersão de crimes, o Estadão disponibiliza, de forma exclusiva, o Radar da Criminalidade.
Em regiões como Pinheiros e no entorno da Faria Lima, gangues de falsos entregadores em motocicletas têm sido frequentemente flagradas pelas câmeras.
Já em Higienópolis, uma quadrilha de “falsos judeus” usando adereços religiosos, motivou alerta entre vizinhos.
‘Falsos judeus’ em Higienópolis
Uma gangue de ladrões com camisa social branca e quipá, provavelmente para se passar por judeus, tem atacado prédios no bairro de Higienópolis, que tem forte ligação com a comunidade judaica.
Em novembro, por exemplo, foi registrada uma tentativa de furto na Rua Maranhão. O porteiro do condomínio foi agredido e os quatro indivíduos envolvidos no crime conseguiram fugir.
Foi apreendido também uma “cordinha tipicamente utilizada por judeus em suas vestes, conhecida como Tzitzit”, segundo o boletim de ocorrência.
A suspeita é de que os criminosos tentem se passar por moradores do bairro, tática já usada em outras ocasiões para tentar entrar em condomínios na região, autoridades policiais relataram ao Estadão.
‘Motoboys disfarçados’
Falsos entregadores chegam de moto assaltam pessoas em diversas regiões da capital. Por se passarem por entregadores de aplicativos, não há suspeita até o momento da abordagem, que é feita com armas reais ou simuladas. Muitas vezes, eles chegam antes ao local do crime para escolher a vítima.
Geralmente há um veículo de apoio, geralmente outra moto. Ou os dois criminosos agem em conjunto. O alvo prioritário são vítimas nas calçadas, levando celulares.
Esse tipo de dinâmica têm sido registrada nos últimos anos em diversos pontos de toda a cidade de São Paulo. Investigações mostram que os criminosos repetem o modus operandi após um primeiro assalto bem-sucedido e costumam escolher até o mesmo local para novos crimes.
‘Gangue da bike’ e ‘Quebra vidros’
Espalhadas pelas cidades, as “gangues da bicicleta” atuam principalmente roubando pedestres. Levam bolsas, carteiras, correntes de ouro ou prata e, principalmente, aparelhos celulares.
Criminoso é flagrado em ação no Viaduto Júlio de Mesquita Filho Foto: Reprodução/TV Globo
Já as “gangues dos quebra-vidros”, que ganhou força nos últimos anos, joga pedras em vidros de carros para roubar os celulares dos motoristas, especialmente aqueles que ficam presos próximo ao volante enquanto algum serviço de GPS é utilizado.
Essas gangues atuam principalmente no centro da capital paulista.
Por Estadão