Informação foi confirmada pelo advogado de um dos investigados
A prisão provisória dos três suspeitos detidos em operação que investiga ameaça e roubo do celular de um adolescente, em caso que teria o envolvimento do deputado federal Professor Alcides (PL), na quinta-feira (12), foi prorrogada por 30 dias após audiência de custódia no último fim de semana. A informação foi confirmada ao Mais Goiás pelo advogado Nylson Schmidt Neto, que atua na defesa do instrutor de tiro, que também é ex-vigilante penitenciário.
Os presos, além do instrutor de tiro, são um policial militar e um segurança do Professor Alcides. À época, a equipe de reportagem procurou a Polícia Militar (PM) para mais detalhes sobre o agente preso. Em nota, a corporação disse que foi acionada para prestar apoio à Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) de Aparecida de Goiânia no cumprimento de um mandado de prisão em desfavor de um policial militar.
“Em conformidade com os protocolos institucionais, a Polícia Militar acompanhou todas as etapas do procedimento, incluindo a condução e transferência do detido ao Presídio Militar, respeitando rigorosamente os trâmites legais estabelecidos”.
Prisões
As três pessoas foram presas em Aparecida de Goiânia suspeitas de ameaçar e roubar o jovem para que provas de uma relação entre o menor e o parlamentar fossem apagadas. Logo após a operação, Alcides destacou que não tinha ciência do caso, pois estava em Brasília, mas confirmou que “Leno” – como identificou o detido – mora em sua residência, no município, e atua como segurança.
Mais tarde, no mesmo dia, ele emitiu uma nota em que assume ser homossexual e rechaça veementemente as acusações que envolvem seu nome em uma investigação policial relacionada a crimes contra um adolescente de 16 anos. No posicionamento, o parlamentar classifica as alegações como “mentiras deslavadas” e acusa as autoridades de conduzirem uma operação “midiática e espetaculosa” feita pela Polícia Civil do Estado de Goiás.
Ação
Os mandados de prisão e de busca e apreensão foram cumpridos por agentes da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) de Aparecida de Goiânia. Os três presos haviam sido denunciados após invadirem armados a casa do adolescente para obrigá-lo a apagar imagens íntimas que ele havia trocado com o parlamentar pela internet.
Além de roubarem o celular do menor, os três presos também teriam exigido, após ameaça, que ele também fornecesse a senha do aparelho, a fim de que as imagens fossem apagadas da “nuvem”.
O Mais Goiás também questionou a delegada se o deputado era investigado como mandante e sobre os outros dois detidos, mas ela informou que não poderia dar mais detalhes.
Boletim de ocorrência
Boletim de ocorrência registrado junto à Polícia Civil, e que o Mais Goiás teve acesso, mostra que a mãe do adolescente acusa diretamente o deputado federal Alcides Ribeiro (PL) de ter abusado sexualmente de seu filho, quando ele tinha apenas 13 anos, em 2021. A situação teria ocorrido quando o adolescente foi fazer um teste para jogar futebol.
Por Mais Goiás