Como já se passaram três anos da troca, ela diz que não acredita que as crianças sejam destrocadas
A recepcionista Yasmin Kassia da Silva, de 22 anos, mãe de um dos bebês trocados em uma maternidade de Inhumas defende uma convivência como ‘grande família’. Como já se passaram três anos da troca, ela diz que não acredita que as crianças sejam destrocadas. Ela e o ex-marido Cláudio Alves prestaram depoimento na terça-feira (10/12). O caso segue sob investigação.
Ao G1, Yasmin disse que, em razão dos anos de convivências com a criança, a solução mais viável é a integração das duas famílias.
O advogado da recepcionista afirmou que a Justiça considera duas possibilidades para o caso dos bebês trocados em Inhumas: a determinação da destroca ou a realização de alterações nos registros, reconhecendo vínculos biológicos, socioafetivos ou adotivos. A decisão deve levar em conta o acordo entre as famílias.
“Se houver divergências, há uma grande possibilidade de o juiz determinar a destroca”, comentou ao jornal O Popular.
Descoberta
A situação foi descoberta após Cláudio Alves, um dos pais, solicitar um exame de DNA para confirmar a paternidade do filho. Após a separação, a ex-companheira dele, Yasmin Kessia da Silva, também decidiu realizar o teste. “Se ele não fosse filho do Cláudio, também não era meu”, afirmou.
O exame, realizado no dia 31 de outubro de 2024, revelou que o sangue da criança não era compatível com o de Cláudio. Por acreditar que o resultado estaria errado, Yasmin pediu uma contraprova, que confirmou a incompatibilidade do sangue do menino com o dos pais.
A desconfiança levou Yasmin a procurar pela família que estava na maternidade no mesmo dia do nascimento de seu filho e após contar sobre o ocorrido, Isamara Cristina Mendanha e Guilherme Luiz de Souza também realizaram o exame com seu filho e tiveram a mesma surpresa: a incompatibilidade sanguínea.
Os bebês nasceram no dia 15 de outubro de 2021, com apenas 14 minutos de diferença – um às 7h35 e outro às 7h49. O advogado de Cláudio, Kuniyoshi Watanabe, relata que existe a possibilidade das crianças terem os registros com dois pais e duas mães.
O caso está sob investigação do delegado Miguel Mota, que informou que os envolvidos já foram ouvidos. A Polícia Civil destacou que pode ter acontecido uma possível infração ao artigo 229 do Estatuto da Criança e do Adolescente, que trata da responsabilidade médica em identificar corretamente os neonatos no momento do parto.
Por meio de nota, à época, o Hospital da Mulher afirmou: “Assim que os fatos foram trazidos ao conhecimento da instituição pelos próprios familiares, medidas imediatas foram adotadas para garantir a apuração completa e transparente do ocorrido”. O hospital também ressaltou que colabora com a investigação e que vai revisar protocolos de segurança para evitar novos incidentes.
Por Mais Goiás