
O prefeito eleito de Goiânia, Sandro Mabel (União Brasil), manifestou por meio de nota enviada à imprensa preocupação diante da renúncia de Cynara Mathias ao cargo de secretária municipal de Saúde, oficializada na noite desta terça-feira (3).
A cirurgiã-dentista ficou na pasta só uma semana, em substituição Wilson Pollara, preso em uma operação do Ministério Público que investiga irregularidades na gestão da saúde municipal.
Mabel foi informado sobre a decisão na tarde desta quarta-feira (4) e afirmou estar em articulação para garantir que as medidas implantadas recentemente pela equipe da secretária sejam mantidas. Entre os avanços destacados, o prefeito eleito citou o funcionamento das salas vermelhas nos Centros de Atendimento Integral à Saúde (CAIS) e Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), que facilitam o encaminhamento de pacientes graves para vagas em UTIs disponíveis.
Em nota, Sandro Mabel reiterou que a saúde será uma prioridade em sua gestão. “Estamos nos dedicando para auxiliar na solução dos problemas e garantir que serviços essenciais continuem sendo realizados”, afirmou o prefeito eleito. A saída de Cynara ocorre em um momento delicado para a saúde pública de Goiânia. Além da crise gerada pela prisão de Wilson Pollara, os médicos credenciados à rede municipal anunciaram uma nova paralisação, alegando atrasos nos pagamentos, falta de segurança nas unidades e precariedade de infraestrutura.
É apenas mais um ingrediente que se soma a crise sem precedentes que a saúde de Goiânia passa. Os episódios ocorrem em um contexto bastante crítica em meio a Operação Comorbidade, do Ministério Público, que culminou na prisão do ex-secretário de Saúde, Wilson Pollara e de dois gestores da pasta, por meio da Operação Comorbidade, tocada pelo Ministério Público de Goiás. Quando assumiu o cargo, Cynara destacou que iria contribuir com a equipe de transição e não havia “caído de paraquedas” na cadeira.
De acordo com o MPGO, a secretaria municipal de Saúde (SMS), sob o comando de Pollara, tinha contato direto com os fornecedores da Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas (Fundahc), responsável pela gestão de três maternidades na capital, e realizava pagamentos de forma não oficial.
Pollara e os outros investigados (Quesede Ayres Henrique que atuava como secretário-executivo da pasta e Bruno Vianna, então diretor financeiro da SMS) formaram, segundo as investigações, uma associação criminosa que favorecia empresas por meio de pagamentos irregulares – e eles próprios -, desrespeitando a ordem cronológica de exigibilidade e causando prejuízos aos cofres públicos.O esquema impactou diretamente a gestão da saúde municipal, agravando a crise no setor. Recentemente, o caos refletiu na fila das UTIs com pessoas morrendo à espera de uma vaga.
Íntegra da nota de Mabel
O prefeito eleito de Goiânia, Sandro Mabel (União Brasil) afirma que vê a saída da atual secretária municipal de saúde, Cynara Mathias, e de sua equipe da gestão da referida pasta com preocupação.
Ele foi informado sobre a decisão de Cynara Mathias no começo da tarde desta quarta-feira (04) e que iniciou articulações para que as medidas tomadas na última semana junto à atual gestão municipal possam ser mantidas.
Mabel afirma que serviços importantes passaram a ser realizados neste período, como o funcionamento das salas vermelhas dos Cais e das Upas, o que garante encaminhamento de pacientes que necessitam de UTIs para as vagas disponíveis.
Sandro Mabel destaca que a saúde continua sendo prioridade de sua gestão e que segue se dedicando para auxiliar na solução dos problemas.
Por Mais Goiás