País europeu entrou com um pedido formal para que Pequim colabore na explicação do episódio; diplomacia chinesa rechaçou acusações e diz que ‘trabalha com partes afetadas’
Um navio de bandeira chinesa foi acusado pela Suécia de romper dois cabos de dados no leito do Mar Báltico. Os cabos foram danificados na semana passada e, nesta quinta-feira, 28, o país europeu entrou com uma solicitação formal para que a China coopere na explicação do episódio, relevou o primeiro-ministro sueco, Ulf Kristersson.
Os dois cabos, um ligando a Finlândia à Alemanha e o outro da Lituânia à Suécia, foram ambos danificados em águas suecas em uma área onde o Yi Peng 3, um navio cargueiro de bandeira chinesa, foi avistado.
O Yi Peng 3 tem estado ancorado em águas internacionais entre a Suécia e a Dinamarca. Kristersson disse em uma coletiva de imprensa na cidade de Harpsund que a Suécia gostaria que o navio se movesse para águas suecas para permitir uma inspeção no âmbito da investigação internacional em andamento.
“Como eu havia dito antes, a Suécia expressou nosso desejo de que o navio se movesse para águas suecas e estamos em contato com a China”, disse Kristersson. “Hoje eu também posso dizer que a Suécia também enviou um pedido formal à China para cooperar com as autoridades suecas a fim de criar clareza sobre o que aconteceu.”
Ele falou após uma reunião de segurança dos líderes governamentais da região do Mar Báltico. Na mesma coletiva de imprensa, o primeiro-ministro da Polônia, Donald Tusk, expressou “total solidariedade e total apoio” e confiança na confiabilidade da Suécia enquanto atua no interesse de todos os países da região báltica.
Autoridades finlandesas, suecas e alemãs iniciaram investigações sobre o rompimento dos dois cabos. O ministro da defesa da Alemanha disse que o dano parece ter sido causado por sabotagem, embora não haja provas no momento.
Na semana passada, a diplomacia chinesa rechaçou as acusações e ressaltou que sempre cumpriu com “suas obrigações” e “exigiu que os barcos chineses respeitassem escrupulosamente as leis e normas em vigor”, disse Lin Jian, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês. Já na última sexta-feira, a pasta afirmou que “trabalhava com as partes afetadas, incluindo a incluindo a Dinamarca, para manter uma comunicação fluida através das vias diplomáticas.”
No ano passado, a Suécia anunciou que um cabo partindo de sua costa sob o Mar Báltico até a Estônia havia sido “deliberadamente” rompido./Associated Press.
Por Estadão