A edição 2024 do Atlas da Violência, publicado nesta terça-feira (18), trouxe à tona uma nova dinâmica na criminalidade de Goiás: de acordo com o documento, “parcela significativa dos homicídios” no território goiano são “atribuídos a traficantes” ligados à facção Amigos do Estado (ADE).
Originária de Goiás, a facção Amigos do Estado (ADEs) emergiu como uma força poderosa e influente no submundo do crime. Supostamente aliada ao Primeiro Comando da Capital (PCC), os ADEs são inimigos declarados do Comando Vermelho (CV). A rivalidade tem alimentado uma onda de violência, com execuções e confrontos pelo controle de territórios estratégicos para o tráfico de drogas, aponta o relatório.
O Atlas da Violência 2024 revela que uma parcela significativa dos homicídios em Goiás pode ser atribuída às atividades dos traficantes pertencentes aos Amigos do Estado. A facção tem sido responsável por fornecer drogas ao Comboio do Cão, um grupo criminoso originário do Distrito Federal, e juntos, movimentam mais de um bilhão de reais por meio do tráfico de drogas e assaltos.
O relatório mostra que a disputa territorial entre os ADEs e outras facções, especialmente o CV, tem resultado em conflitos violentos que afetam várias comunidades em Goiás. As execuções sumárias e os confrontos armados são reflexo direto dessa batalha pelo domínio do tráfico de drogas e outras atividades ilícitas na região.
O Atlas da Violência 2024 foi elaborado através de uma colaboração entre o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP). O documento utiliza uma metodologia que combina dados de diversas fontes oficiais para calcular as taxas de homicídios nos municípios brasileiros.