O presidente Lula (PT) criticou neste sábado 15 a taxa de juros imposta pelo Banco Central (BC), liderado por Roberto Campos Neto.
Lula afirmou que “estamos reféns” do sistema financeiro. “Ninguém fala da taxa de juros de 10,25% em um país com uma inflação de 4%. Pelo contrário, dão uma festa para o presidente do Banco Central. Quem deu a festa deve estar ganhando com esses juros”, afirmou.
Atualmente a taxa básica de juros, a Selic, está em 10,25% ao ano, percentual que coloca o Brasil como o segundo país no ranking dos maiores juros reais do mundo, segundo um estudo divulgado pela consultoria MoneYou.
“Quanto de dinheiro a gente paga todo ano de juros que podia estar sendo investido em saúde, em educação, em mais universidade?”, completou o presidente. As falas foram em uma entrevista à imprensa na Itália, onde participou da reunião do G7.
Não é a primeira vez que o presidente se mostra insatisfeito com a taxa de juros adotada pelo BC. Em maio, Lula mencionou a calamidade pública no Rio Grande do Sul para reforçar a cobrança por uma nova queda na Selic.
“Eu espero que o presidente do Banco Central veja a nossa disposição de reduzir a taxa de juros [do BNDES] e ele, quem sabe, colabore conosco reduzindo a taxa Selic para a gente poder emprestar a taxa de juro mais barata”, disse à época.
Outros membros do governo Lula também já alfinetaram o presidente do BC. Na quinta-feira 13, ministra do Planejamento, Simone Tebet, também criticou Campos Neto após o banqueiro participar de um jantar promovido pelo governador bolsonarista Tarcísio de Freitas (Republicanos).
Para a ministra, ele precisa conter as ‘pretensões políticas’ enquanto ainda é presidente do Banco Central. “Até o fim do ano ele é presidente do BC. Que ele leve isso em consideração, independentemente de ter quaisquer pretensões políticas futuras ou mesmo imediatas“, disse.