Professores e funcionários das escolas da rede estadual do Paraná decidiram encerrar a greve da categoria. Os trabalhadores se reuniram nesta quarta-feira 5 em uma Assembleia Estadual Extraordinária da APP-Sindicato.
A greve tinha começado nesta segunda-feira 3. Apesar do fim da paralisação, a categoria aprovou uma “jornada de lutas” para protestar contra a privatização da gestão das escolas e exigir do governador Ratinho Jr. (PSD) o atendimento de outras pautas prioritárias para a categoria.
“Não conseguimos barrar a tramitação [do projeto que privatiza as escolas], mas incomodamos e alcançamos com grande êxito outros objetivos. A nossa luta colocou a pauta da venda das escolas no mundo, disse a presidenta da APP-Sindicato, professora Walkiria Mazeto.
A disputa entre professores e o governo de Ratinho Jr. teve início após o início da tramitação, na Assembleia Legislativa do Paraná, do projeto que passa a administração das escolas públicas do estado para empresas privadas.
O PL, chamado de “Parceiros da Escola”, tem como função principal repassar a verba que seria direcionada às escolas públicas para uma empresa que vai decidir como gastar esse dinheiro.
Sob violência de policiais contra professores, o projeto foi aprovado em sessões realizadas na segunda e na terça-feira e agora segue para a sanção do governador.
Especialistas e professores apontam diversos problemas do projeto, entre eles a ausência da obrigatoriedade de transparência dos gastos das empresas, o que facilitaria a corrupção.
Pedido de prisão de sindicalista
A Procuradora-Geral do Estado do Paraná pediu na terça-feira 4 a prisão da professora Walkiria Olegário Mazeto, presidente da APP-Sindicato.
Segundo pedido feito pelo órgão, representante jurídico do governo, Walkiria descumpriu ordem judicial ao manter a greve dos professores contra a privatização de escolas estaduais do Paraná.
O pedido ainda requer que seja arbitrada multa diária, no valor de 10 mil reais em desfavor de Walkiria, caso a presidente do sindicato continue “incitando o movimento paredista de professores”.
O órgão ainda pediu multa diária no valor de 100 mil reais em desfavor da entidade sindical, aplicável desde o dia 3 de junho, após uma determinação judicial para interromper a greve.
Até o momento, nenhuma decisão judicial foi tomada após o pedido de prisão da sindicalista.