O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), afirmou que o cenário externo responde por “dois terços” da alta do dólar. Por volta das 13h45 desta terça-feira 16, a moeda americana era cotada a 5,27 reais – na véspera, a cotação fechou em 5,18.
O avanço da moeda americana também ocorre um dia depois de o governo Lula (PT) enviar ao Congresso Nacional o Projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO), com uma mudança na meta fiscal de 2025: sai de cena o superávit de 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB), entra o déficit zero.
Durante participação em encontros do FMI, do Banco Mundial e do G20 em Washington, nos Estados Unidos, Haddad disse estar em curso “uma reprecificação de ativos no mundo inteiro”. Ele mencionou, por exemplo, que o peso mexicano sofre mais que o real nesta terça.
Trata-se parcialmente, segundo o ministro, de um cenário turbulento devido a dados da economia norte-americana, a exemplo de uma persistente inflação, e do conflito no Oriente Médio.
“Tem muita coisa que está fazendo com que o mundo esteja atento ao que está acontecendo nos Estados Unidos e o dólar está se valorizando frente às demais moedas”, avaliou. “Eu diria que isso não explica tudo o que está acontecendo no Brasil, mas explica dois terços do que está acontecendo no Brasil.”
Ante questionamentos sobre o impacto da revisão da meta fiscal no comportamento do dólar, Haddad disse ser necessário “explicar melhor” o futuro das contas públicas.
“Nós queríamos antecipar o quanto antes o equilíbrio fiscal. Mas nós estamos numa democracia e nós estamos negociando as medidas com o Congresso”, prosseguiu, em referência à dificuldade do governo de aprovar no Legislativo novas fontes de arrecadação.
O chefe da equipe econômica minimizou, por fim, a turbulência desta semana, ao lembrar que o dólar “bateu 6 reais” no governo de Jair Bolsonaro (PL).