Com 27 anos de carreira, percussionista Michelle Abu saúda o Recôncavo Baiano em novo disco – Augusto Diniz – Blog Folha do Comercio
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Com 27 anos de carreira, percussionista Michelle Abu saúda o Recôncavo Baiano em novo disco – Augusto Diniz

de admin


“Muito da cultura baiana reside ainda no Recôncavo Baiano”. A avaliação é da percussionista Michelle Abu, que já andou por aquelas bandas, de Santo Amaro a Cachoeira, para ver e participar de manifestações, principalmente de samba de roda.

Michelle lançou um single, chamado Samba da Ribeira, no qual resgata essa história. Ele integrará o seu segundo disco solo, previsto para sair daqui a três meses.

“Nasci no bairro do Bonfim. Inclusive, a letra do Samba da Ribeira fala dos bairros em que morei, como Belvedere, Caminho de Areia, Largo de Roma”, explica a CartaCapital. Os locais integram a chamada Cidade Baixa de Salvador.

Michelle começou a tocar percussão aos 17 anos e seu primeiro trabalho profissional foi com a Didá, uma banda composta só por mulheres e um dos mais importantes blocos afros da capital baiana.

“Em Salvador tem muita festa de largo, além do Carnaval. Tem a festa de Senhor do Bonfim, Iemanjá e (cerimônias de) lavagem. Tudo isso era com bloco afro, com muita música. Então, cresci muito com essa referência de percussão.”

A artista se considera uma pesquisadora de ritmos brasileiros. Um dos grandes passos que deu na carreira foi tocar com o cantor, compositor e violonista Roberto Mendes, uma referência para a chula e o samba de roda, com um estilo próprio de tocar violão.

“Ele é de Santo Amaro. Tive um encontro mais profundo com samba de roda”, conta ela. “Comecei a entender mais a cultura do Recôncavo com Roberto Mendes.”

Também cantora e compositora, Abu chegou a ver de perto o nascimento da chamada axé music, com a forte influência dos grupos afros. “Sou apaixonada pelos blocos afros. Uma das coisas mais maravilhosas que existe”, resume.

Com 27 anos de carreira, Michelle Abu já tocou com diversos artistas, incluindo Arnaldo Antunes, Margareth Menezes, Elza Soares, grupo Ira!, Filipe Catto e Johnny Hooker.

“No segundo disco resolvi trazer toda a pesquisa desse tempo todo de percussão, de cultura brasileira. As músicas são temas.”

No meio de Samba da Ribeira há um trecho de entrevista de Dona Nicinha do Samba (falecida em 2022), sambadeira de Santo Amaro, em que ela fala sobre o que é o samba em sua vida.

O disco terá a participação de Otto (os dois compuseram uma música) e de Lirinha (do Cordel do Fogo Encantado) declamando uma poesia.

“Cada música vai ter sua história. Tem carimbó, baião, ciranda. Cada música vai trazer uma sensação diferente”, assegura.

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