Subiu para 74 o número de mortes por dengue em Goiás confirmadas pelo Comitê Estadual de Investigação de Óbito Suspeito da Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO). Outros 106 óbitos suspeitos estão sob investigação da pasta. Os dados divulgados nesta quarta-feira (27), mostram ainda que o Estado já registrou 155.146 casos notificados, e destes, 70.833 foram confirmados.
Em 2023, o número de casos confirmados durante todo o ano foi de 69.732 e 124.263 notificações pela doença transmitida pelo mosquito Aedes Aegypti. Naquele mesmo ano, foram registrados 55 óbitos por dengue. Os registros das treze primeiras semanas do ano de 2023, mostram que o Estado registrou apenas 44.541 casos notificados.
Quando comparados com os dados do mesmo período deste ano, quando o número já ultrapassa os 155 mil casos notificados, observa-se uma diferença de mais de 100 mil notificações entre os dois anos.
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O número de internações em decorrência da dengue este ano, também chama atenção quando comparado com o mesmo período de 2023. De acordo com a SES, as internações por dengue nos hospitais da rede estadual de saúde de janeiro a março de 2024, somam 1.702, enquanto no mesmo período do ano passado esse número foi de 111 internações apenas, o que mostra uma diferença de 1591 casos entre os dois anos.
Desde o início da epidemia de dengue em Goiás, cresce o número de municípios em situação de emergência para arboviroses. Atualmente, 145 cidades estão em estado de emergência. Sobre a incidência da doença, 57,3% dos casos são do sorotipo 1 e 41,7% do sorotipo 2.
Com o intuito de monitorar a doença e conter o aumento de casos, a saúde criou 209 gabinetes de crise que foram instalados nos municípios goianos.
A Superintendente de Vigilância em Saúde da SES, Flúvia Amorim, chama atenção para os sinais de alerta da dengue. Na maioria das doenças, após passar a febre e os sintomas desaparecerem, a pessoa é considerada curada da enfermidade. No caso da dengue, quando os sintomas como a febre diminui, é preciso ficar atento, porque é nesse momento em que o quadro de saúde pode se agravar.
Flúvia destaca que nessa fase da doença, os sinais de alerta podem aparecer, como vômito, dor abdominal, tontura ao sentar e levantar, e diminuição da urina. “Esses são os sinais que demonstram que o paciente pode estar caminhando para uma gravidade da doença” alerta a superintendente, ao orientar que mesmo após a alta, o paciente precisa ficar atento à doença.
“Se você apresentar qualquer um desses sinais você não pode ficar em casa, mas precisa procurar imediatamente uma unidade de saúde porque pode ocorrer uma evolução do qaudro”, reitera.
O Secretário titular da SES, Rasível dos Reis, faz um apelo à população para que as pessoas ajudem no combate ao mosquito transmissor não só da dengue, mas também da Zika e Chikungunya.
“Eu quero pedir a colaboração de toda a população para que a gente, nesse momento de epidemia de dengue e com a aproximação do feriado, redobre os cuidados com relação ao ambiente em que vivemos”, alerta o secretário.
Rasível orienta que neste período de feriado, ao viajarem, as pessoas verifiquem seus quintais, se há algum objeto com água acumulada que possa funcionar como criadouro do mosquito. “É eliminando os criadouros que nós vamos evitar que tenha mais casos de dengue e mais internações de pacientes com dengue neste momento”, salienta.
O secretário destaca ainda a importância do uso de repelentes e o uso de roupas que cubram a maior parte do corpo, para evitar a picada do mosquito. Ao comentar o número de mortes e casos pelas arboviroses no Estado, Rasível chama atenção para o aumento da circulação do vírus tipo 2 da dengue e pontua que o vírus é o principal causador das gravidades da doença e internações.
“Então, a nossa preocupação é para que o número de mortes e internações não aumente mais ainda. Mas para isso, vamos tomar cuidado, portanto, para que a gente possa ter um excelente feriado”, finaliza.
Adesão à vacina contra a dengue em Goiás
Até o momento, Goiás aplicou 71.678 doses da Qdenga, vacina contra a dengue, desenvolvida pelo laboratório japonês Takeda, desde que começou a campanha de vacinação no Estado, em fevereiro deste ano. O número representa um percentual de 45,2% das 158.505 doses do imunizante enviadas pelo Ministério da Saúde ao Estado.
A vacina está disponível para crianças e com idades entre 10 a 14 anos, com um esquema vacinal de duas doses, com a segunda aplicada após 3 meses da primeira. A vacina atenuada tetravalente protege contra todos os quatro sorotipos da dengue.
Ao todo, 134 municípios de nove regionais de saúde foram abastecidos com os imunizantes. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o total de crianças entre 10 e 14 anos nos 134 municípios é de 398.946.