Investigação aponta que Forças Armadas postergou divulgação de relatório técnico depois que documento não identificou vulnerabilidade no sistema eletrônico de votação
Investigação da Polícia Federal (PF) que apura que suspeita de que uma organização criminosa atuou na tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito aponta para “gravíssima manipulação” do relatório técnico das Forças Armadas sobre o Sistema Eletrônico de Votação, postergando a divulgação depois que o documento não identificou vulnerabilidade nas urnas eletrônicas. O relatório foi coordenador pelo ministro da Defesa de Bolsonaro Paulo Sergio Nogueira.
“No desdobramento das medidas direcionadas a criar desinformação e notícias fraudulentas contra o sistema eleitoral brasileiro, a autoridade policial também aponta a gravíssima manipulação do relatório técnico das Forças Armadas sobre o Sistema Eletrônico de Votação, coordenada pelo investigado Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, então Ministro da Defesa, postergando-se a sua divulgação em vista de não terem sido identificadas vulnerabilidades no sistema eletrônico de votação”, pontua o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes na decisão que autorizou a operação da PF nesta quinta-feira.
Conforme Moraes, “a divulgação de que as Forças Armadas não teriam encontrado nenhuma vulnerabilidade nas urnas eletrônicas, segundo os investigados, poderia impactar negativamente em seus propósitos e diminuir a amplificação das notícias fraudulentas disseminadas pelo grupo criminoso e atrapalhar a manutenção da mobilização em frente aos quartéis do Exército, consideradas essenciais para o suporte da execução do golpe de Estado”.
A investigação da PF apura uma organização criminosa que teria atuado para manter o então presidente Jair Bolsonaro no poder por meio de uma tentativa de golpe de Estado. Dentre as apurações, os policiais indicam que havia um plano golpista com o objetivo de prender os ministros do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), antes da posse do então eleito Luiz Inácio Lula da Silva.
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