O processo de recuperação judicial da Gol dá a dimensão do tamanho da judicialização dos voos no Brasil. Segundo os dados da companhia levados à Justiça americana, há no Brasil cerca de 50 mil processos em tramitação dos quais Gol é tida como parte.
A própria Gol relatou à Justiça não ter como calcular com exatidão o tamanho do rombo, em razão do “número avassalador de ações e que muitas delas ainda estão sendo discutidas e não têm um valor calculado”.
À Justiça em Nova York, a Gol diz que a solução encontrada foi reservar valores, todo mês, para custear os processos. A quantia estimada é de US$ 7 milhões por mês, algo como R$ 35 milhões, o que chegaria a R$ 420 milhões em 2024.
Esse valor poderia ser ainda maior, uma vez que a Gol fez acordos para reduzir a exposição a processos judiciais em 70% envolvendo passageiros e 85% com os funcionários.
Hoje, segundo a companhia, os processos dividem-se entre reclamações de consumidores (65%), processos trabalhistas (30%) e de governos (5%). A Gol fez um duplo alerta à Justiça americana, como forma de liberar os valores mensais: além do risco de imagem e reputação com os passageiros, não pagar os processos poderia fazer a Justiça brasileira determinar o bloqueio de ativos da companhia, agravando ainda mais a sua situação.
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